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Artista cultivou independência

Obra de Inimá de Paula, muito variada em seus temas e cores, desafia classificações

Por Agencia Estado
Atualização:

Inimá de Paula nasceu em Itanhomi, Minas Gerais, em 1918. Sua iniciação na pintura se deu ainda na juventude, no fim dos anos 30. Em 1940, ele se muda para o Rio de Janeiro, onde entra para o circuito de exposições e passa a conviver com artistas como Cândido Portinari, Iberê Camargo e Antônio Bandeira. Com formação autodidata, Inimá é considerado por alguns críticos e colecionadores como o representante brasileiro do fauvismo, movimento pré-modernista francês que se caracterizava por subverter a lógica das cores usada pela pintura acadêmica. A pintura acadêmica costumava usar cores quentes no primeiro plano e cores frias ao fundo. Os fauvistas simplesmente trocavam esta ordem. "Chamar Inimá de Paula de fauvista não é certo", diz o crítico José Roberto Teixeira Leite. Para ele, a obra de Inimá de Paula é uma "explosão de cores", mas sem seguir uma escola definida. "Ele sempre foi independente e sua obra é muito pessoal." Teixeira Leite destaca as paisagens, os interiores e os motivos marinhos como os grandes temas da obra de Inimá. "As paisagens do Rio de Janeiro dos anos 40 são o grande momento de Inimá", afirma. "Além disso, ele foi um dos pintores brasileiros que mais exploraram o auto-retrato; chegou a fazer mais de 50", diz. "Inimá de Paula olhou muito para dentro de si mesmo."

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