Arte milenar chinesa vem ao Brasil

Maior exposição de arte chinesa no País terá preciosidades como esculturas em terracota de guerreiros e cavalos do século 2.º A.C.

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Por Agencia Estado
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Uma comitiva do Museu Imperial da China, localizado na Cidade Proibida de Pequim, está em visita ao Brasil para acertar os últimos detalhes da maior exposição de arte chinesa já realizada no País. A mostra, que deverá abrir as portas em 29 de outubro na Oca, em São Paulo, e depois segue para o Rio, podendo ser vista no Paço Imperial a partir de 15 de maio de 2003, reunirá num mesmo espaço objetos da primeira e da última dinastia de imperadores chineses. Sem sombra de dúvida, a grande atração serão os 11 guerreiros e 5 cavalos em terracota pertencentes ao enorme Exército encontrado na tumba do primeiro imperador da China, Qin Shi Huang, considerada uma das maiores descobertas arqueológicas do século 20. Feitas no século 2.º a.C., essas esculturas ficaram por séculos ocultas - e protegidas - em túneis cobertos por estruturas de madeira e terra e foram descobertas por acaso na década de 70, quando um camponês tentava cavar um poço. Até o momento já foram recuperadas cerca de 7,2 mil peças (incluindo personagens de circo descobertos mais recentemente, como mágicos e malabaristas), mas essas obras ainda não podem ser retiradas do local. A fragilidade dos objetos exige um cuidado especial. Alguns deles ainda são preservados em suas covas originais, esperando que se desenvolva a tecnologia a ponto de impedir sua descoloração. Graças a um curioso efeito de oxidação, as peças, que são coloridas, rapidamente perdem suas cores até 24 horas depois de entrar em contato com o ar. Os cavaleiros e cavalos de Shaanxi - local onde foi descoberta a tumba do primeiro imperador - já foram expostos em museus importantes, como o British Museum (Inglaterra), Palais Royal (França) e Guggenheim (EUA). Mas em todos eles, a quantidade de objetos reunidos foi menor. Deste primeiro núcleo expositivo também fazem parte outras descobertas arqueológicas da região de Shaanxi, entre elas cerâmicas de 7 mil anos a.C., que apresentam uma impressionante semelhança com o artesanato indígena marajoara. O segundo núcleo, por sua vez, reunirá 120 obras - selecionadas do gigantesco acervo do Museu Imperial da China, um dos maiores do mundo e que tem 582 anos de vida. As peças escolhidas pertencem à última dinastia, que governou a China do século 17 ao 20 - cujo último imperador foi notabilizado no filme homônimo de Bernardo Bertolucci -, incluindo o trono, que sai do país pela primeira vez. Em contrapartida, será organizada pela BrasilConnects uma exposição de arte brasileira na entrada da Cidade Proibida em 2003, local que chega a receber mais de 8 milhões de visitantes ao ano. Segundo afirmou Zhu Chengu, o diretor do Museu Imperial da China, em entrevista, a tendência é reeditar em Pequim uma exposição ampla de arte brasileira, como a Body and Soul, apresentada recentemente pela BrasilConnects no Guggenheim, de Nova York.

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