Arte inicia trocas entre China e Brasil

Expedição 21 será a primeira das mostras brasileiras que serão levadas à China em troca da megaexposição China: Os Guerreiros de Xi´An e os Tesouros da Cidade Proibida aberta este fim de semana em SP

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Por Agencia Estado
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A mostra China: Os Guerreiros de Xi?An e os Tesouros da Cidade Proibida é ponta de um circuito que começa a se fechar no ano que vem. O acordo com o governo chinês para que pudessem sair as 13 peças da coleção de terracota prevê algumas "trocas culturais e comerciais". Parte do troco é a ida de arte brasileira contemporânea para a Cidade Proibida. A BrasilConnects, organizadora do evento, pretende enviar à China módulos de novas exposições de arte nacional de sua agenda. A primeira, chamada de Expedição 21, será composta de obras produzidas a partir de experiências de artistas contemporâneos (ainda não há uma lista de participantes) pelos sete principais biomas brasileiros. Mas, sozinha, a realização da exposição dos cavaleiros chineses de terracota atesta o salto da participação do Brasil no circuito expositivo internacional: há 20 anos, não se podia imaginar um fluxo tão intenso de obras abrigadas por acervos intocáveis, seguradas por apólices milionárias transitando por aqui. Mas é o que se tem visto na última década. Quantas vezes nos últimos tempos você ouviu falar de esculturas de Rodin sendo expostas Brasil afora? A vinda das estátuas descobertas na década de 70 em Xi?An é em si um acontecimento cultural. Dessa coleção, que raramente deixa seu acervo, veremos 11 guerreiros e dois cavalos, esculpidos há mais de dois mil anos. O restante da exposição China: Os Guerreiros de Xi?An e os Tesouros da Cidade Proibida é engrossada pela segunda parte do título. com 150 objetos emprestados do Museu do Palácio Imperial, de idades e naturezas diferentes, espalhados pela Oca. Afinal, é uma mostra histórica, como se convencionou chamar as grandes exposições de peças que não nasceram necessariamente com função artística. Orçada em algo em torno de R$ 4,5 milhões, a exposição usou, só para o momento da montagem, mão-de-obra especializada de 150 profissionais, dos dois cantos do mundo, de acordo com informações da organização. Só o seguro, calcula-se chegar aos R$ 2 milhões, divididos entre seguradoras internacionais. Para as peças arqueológicas chegarem até aqui, foram necessários dois aviões cargueiros, recebidos no aeroporto por tropas da Polícia Federal. Que, por sinal, estarão circulando pelo prédio do Ibirapuera durante toda a exposição.

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