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Arquivos da 1a Guerra entram na 'Memória do Mundo' da Unesco

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Por Redação
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Arquivos com os registros do destino de 2 milhões de prisioneiros capturados durante a Primeira Guerra Mundial, entre eles o jovem capitão francês Charles de Gaulle, que mais tarde virou presidente, vão entrar na "Memória do Mundo", mantida pela Unesco. Os dados são sobre prisioneiros de 14 países -- principalmente soldados franceses e alemães --, que foram enviados para o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (ICRC). Os nomes de De Gaulle e do cantor francês Maurice Chevalier estão entre os registros feitos com capricho pelos captores alemães. "Os arquivos serão preservados para a posteridade. São um monumento ao sofrimento, mesmo que pareçam frios no papel", disse à Reuters Martin Norger, chefe do serviço de conservação da Cruz Vermelha, no museu da entidade. O reconhecimento do acervo pela Unesco coincide com o 89o aniversário do armistício que encerrou a guerra, em 11 de novembro. A Cruz Vermelha montou uma agência de prisioneiros de guerra em agosto de 1914 para recuperar o contato entre pessoas separadas pelo conflito -- prisioneiros de guerra e civis detidos cujas famílias estavam desesperadas por notícias. Também visitou muitos campos de prisioneiros de guerra para verificar as condições. Segundo a Unesco, o arquivo é um "testemunho da extensão do sofrimento humano durante a Primeira Guerra, mas também de uma ação pioneira para proteger civis". Uma cerimônia formal será realizada em Genebra no dia 15 de novembro. Os arquivos da Cruz Vermelha têm 400 metros lineares e ficaram anos guardados no porão de uma escola de Genebra. Parte dele foi danificado pela umidade. A agência possui um ambicioso projeto de restaurar e digitalizar os arquivos até 2014 -- o centésimo aniversário do começo da guerra -- para disponibilizá-los na Internet. (Por Stephanie Nebehay)

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