Arquitetos fazem piadas com maquetes

Isay Weinfeld e Márcio Kogan abem exposição de 11 maquetes, acompanhadas por comentários sarcásticos a respeito de problemas e soluções arquitetônicas conhecidas dos brasileiros

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Por Agencia Estado
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Desde 1996, Isay Weinfeld e Márcio Kogan utilizam a linguagem arquitetônica para fazer piada. Eles abrem nessa quarta-feira, no Museu da Casa Brasileira (Avenida Brigadeiro Faria Lima, 2.705, tel. 3032-3727), uma exposição de 11 maquetes, acompanhadas por comentários sarcásticos a respeito de problemas e soluções arquitetônicas conhecidas dos brasileiros. A proposta da dupla em "Umore and Architektur" é traçar o caminho inverso da invasão de arquitetos estrangeiros do País. Assim, cada uma das maquetes representa uma contra-invasão, como a construção de edifícios do modelo Cingapura, a moradia popular paulistana, em Cingapura, o País. "Vemos o humor como algo muito sério", comenta Weinfeld, que também trabalha com arquitetura no sentido mais restrito da palavra. "Achamos que esta forma de abordar os problemas é um viés original de tratar questões rizíveis, como aquela contagem regressiva completamente inútil e idiota do aniversário do descobrimento do Brasil." Sobre esse fato em especial, a dupla criou uma miniatura do Big Ben. Na versão da mostra, o relógio londrino foi susbtituído por aquele exibido pela Rede Globo até a chegada da efeméride. Outra maquete, o Arco do Triunfo Viário, propõe a fusão de uma estrutura viária como a do nosso Minhocão para criar um fluxo de carros entre e em torno do monumento parisiense. Em Vida em Veneza, os arquitetos sugerem o aterramento e a pavimentação das águas da região e a conseqüente substituição dos gondoleiros por taxistas. Cada uma das maquetes está acompanhada por uma espécie de texto explicativo, para ajudar a quem não entender a piada. "Os textos complementam o trabalho", explica Kogan. "Além do que, nós gostamos de escrever", acrescenta Weinfeld. Os dois montaram juntos outras duas exposições de vocação humorística, uma em 1996 e outra dois anos depois, no mesmo museu. A próxima poderá ser desenvolvida sobre os nomes dos edifícios da cidade.

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