Arquitetos e autoridades lamentam a perda de Lelé

Para o arquiteto paulistano Marcelo Carvalho Ferraz, 'Lelé encarnava o ideal do arquiteto completo'

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Por Jotabê Medeiros
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A ministra da Cultura, Marta Suplicy, divulgou nota de pesar pela morte do arquiteto João Filgueiras Lima, o Lelé, dizendo que ele "deixou um legado não só na arquitetura, mas a todos que desejam dar à sua profissão um olhar inovador e voltado aos que mais necessitam".

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Para o arquiteto paulistano Marcelo Carvalho Ferraz, é uma perda muito grande. "Lelé encarnava o ideal do arquiteto completo, dos primeiros sonhos que embalam o bom projeto ao rigor da construção no controle industrial de qualidade. Tomou a arquitetura como ferramenta de atuação e transformação do mundo, na busca de conforto para as pessoas e comunidades inteiras. Lelé, acima de tudo era amigo de verdade, esbanjava carinho e generosidade".

Em nota, o prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM), lamentou a morte. "As obras que Lelé projetou em Salvador ajudaram a consolidar o perfil cosmopolita da cidade".

Devido à morte do arquiteto, o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), decretou luto oficial de um dia no Estado. "Lelé soube, como poucos, unir, nos muitos projetos realizados em várias partes do Brasil, os traços e linhas da sua técnica a uma forma artística, expressando toda a sua criatividade", disse.

Em nota, a presidente Dilma Rousseff afirmou: “O Brasil sofre uma profunda perda com a morte de João Filgueiras Lima, o Lelé, um dos nossos mais brilhantes arquitetos. Com sua rara criatividade e insuperável capacidade construtiva, Lelé provou que é possível fazer uma arquitetura social com inovação e qualidade”, prosseguiu a presidente, acrescentando que “ele foi ao mesmo tempo artista, cientista e humanista”

Em Brasília, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) decretou luto oficial de três dias pelo falecimento de Lelé. Para Haroldo Pinheiro, presidente do CAU/BR, "a morte de Lelé significa a perda de um profissional de extrema solidariedade, comprometido com a dimensão ética da arquitetura, que colocou seu domínio completo da arte de projetar e construir a serviço sobretudo de obras públicas em programas sociais. Por falta de uma cultura arquitetônica maior, o País talvez não tenha conhecimento exato dos méritos dele, do quanto ficamos empobrecidos culturalmente nesse momento. E justamente quando a sociedade exige cidades com espaços e equipamentos coletivos de boa qualidade, frutos de propostas criativas, uso com sabedoria da tecnologia e economicidade. Além disso, do ponto de vista pessoal, perco meu mestre e amigo, pois com ele trabalhei de estudante até agora".

Pinheiro lembro que Lelé era considerado por Lúcio Costa um dos três mais importantes nomes da arquitetura modernista brasileira, "o arquiteto onde a arte e tecnologia se encontram e se entrosam - o construtor".

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Atualizado às 21h.

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