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Ari Borger lança CD com soul jazz 'internacional'

Por AE
Atualização:

Ninguém que ouça o soul jazz no CD Ari Borger Quartet (ST2 Records) sem aviso prévio vai pensar que se trata de um trabalho de brasileiros. Pelo menos até que entre a voz de Big Chico na única faixa cantada (em parte), uma colagem de "So What?", de Miles Davis, com "Nem Vem Que Não Tem" (Carlos Imperial). Indícios discretos aparecem antes, quando uma cuíca geme ao fundo de "Blind Man" (Herbie Hancock), que faz par com "No Caminho do Bem" (Carlos Cajueiro/Paulo Ricardo/Sérgio Fernando/Tim Maia) na seqüência mais dançante do disco, "meio Quincy Jones", segundo o líder da banda. No mais, o piano e os teclados de Ari Borger, mais a bateria de Humberto Zigler, o baixo de Marcos Klis e a guitarra de Maurício Perdomo balançam no melhor estilo do soul jazz. A sonoridade vintage do grupo remete à de ícones do gênero como o citado Hancock, Ramsey Lewis, Jimmy Smith, Willie Bobo e Wes Montgomery, entre outros, que edificaram obras modernas, de caráter atemporal. Borger, que tem 37 anos e já conta com 20 de carreira, confirma influências de todos eles. A afinidade se dá não apenas pelo apuro técnico, ou pela dinâmica na execução do piano Steinway ou do órgão Hammond, de sonoridade característica, mas também pelo estilo de suas composições, de alto nível de elaboração, como Tributo a Oscar Peterson. "As composições acabam se misturando, mas na hora de improvisar você tem de colocar uma coisa sua. Porque não adianta ficar parecido com eles, tem de ser você também." O mesmo procedimento Borger adota na questão dos elementos de música brasileira, que começou a usar neste trabalho e pretende ter mais no próximo. "A música não tem fronteira, tem de ser boa. Você pode encontrar até um americano que toque samba melhor do que um brasileiro. Hoje em dia tem muita informação para se assimilar influências", diz. "Acho riquíssima a música brasileira, quero usá-la, mas para fazer uma coisa nova, que saia do comum." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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