21 de fevereiro de 2019 | 02h00
Exatos dois anos depois da estreia no Rio de Janeiro, inclusive com passagens por diversos festivais no Brasil e no exterior, a peça Tom na Fazenda chega a São Paulo para uma temporada de um mês, a partir de 16 de março, no teatro do Sesc Santo Amaro. E desembarca carregada de prêmios, como dois Shell, um para o diretor Rodrigo Portella, outro para o ator Gustavo Vaz. O outro protagonista, Armando Babaioff, é o produtor e tradutor do texto, escrito pelo canadense Michel Bouchard. Ainda no elenco estão Kelzy Ecard e Camila Nhary. Potente, a montagem foi vista por mais de 18.000 pessoas nas 157 apresentações feitas até agora. O belo cenário é composto de lona e coberto por quilos de argila.
NOVOS E BONS ARES
A chegada da jornalista Erika Palomino à direção do Centro Cultural São Paulo, há menos de um mês, está dando uma chacoalhada nas bases da entidade – no melhor dos sentidos. A primeira boa notícia é que foi resgatada a curadoria de dança do CCSP, extinta há dois anos, na gestão anterior, de Cadão Volpato. Sonia Sobral, que integrou o núcleo de artes cênicas do Itaú Cultural, assume a área de dança. E é justamente nas artes cênicas que o avanço foi maior; criou-se uma curadoria em performances, que ficará com Mauricio Ianês. Tem mais gente nova chegando ao centro, formando novo time de curadoras, como é o caso de literatura, com Josélia Aguiar, e Karlla Girotto, na área de moda. A curadoria de artes visuais fica com Diane Lima. Permanecem das gestões anteriores Kil Abreu, em artes cênicas, Lizette Negreiros, em teatro infantil, Célio Franceschet, na área de cinema, e Alexandre Mathias, em música.
BONJOUR, MANÉ!
Estreia em 31 de março, no Festival de Curitiba, a nova montagem de Francisco Carlos, Relatos Efêmeros da França Antártica. Aborda a tentativa de criação da França Antártica entre 1555 e 1560, na Baía de Guanabara, pelo colonizador francês Nicolas Durand de Villegagnon. No elenco estão Ondina Clais, Majeca Angelucci, entre outros. Depois a peça chega a São Paulo.
BOLO PARA MARLOWE
O dramaturgo britânico Christopher Marlowe recebe homenagem neste sábado, 23, por seu aniversário de 455 anos no King and Queen Pub, em Londres. Colega de Will – nasceram no mesmo 1564 com diferença de dois meses, estimados, claro – Marlowe beirava a genialidade e poderia ter sido mais se não tivesse morrido precocemente, aos 29 anos. Um brinde a Marlowe.
MINERVA SEM VASSOURA
A atriz Maggie Smith, 84, não para. Famosa por encarnar a bruxa Minerva na série de filmes Harry Potter, volta agora ao teatro britânico depois de 12 anos de ausência dos palcos – foi lá que começou sua carreira com a peça Noite de Reis, do bom e velho Will. Agora, a dama do teatro britânico atuará em um monólogo de Christopher Hampton, A German Life, dirigida por Jonathan Kent, sobre depoimentos de Brunhilde Pomsel, a ex-secretária de Joseph Goebbels, ministro da propaganda nazista. A peça estreia dia 6 de abril no The Bridge Theatre.
3 perguntas para...
Vanderlei Bernardino. Ator, gosta de meditar
1. Com qual personagem se parece?
João, de Apocalipse 1,11, do Vertigem, construído a partir do depoimento pessoal, questionando a própria existência, o lugar no mundo, a relação com Deus, a inadequação.
2. Frase arrebatadora?
“Infeliz a terra que precisa de heróis.” A Vida de Galileu, de Bertolt Brecht.
3. Como gostaria de morrer em cena?
Com um personagem que morresse em cena.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.