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Araquém Alcântara expõe imagens da Amazônia

Mostra no Sesc Pompéia reúne 20 fotografias da região onde "tudo é superlativo". Nas imagens, animais em extinção, rios, seringueiros e índios

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de 12 anos percorrendo a Amazônia, e vale dizer somente a "Amazônia brasileira", o fotógrafo Araquém Alcântara não poderia ter reunido apenas um material "de ocasião", expressão usada por ele e que quer dizer um registro fragmentado. A partir de hoje, 20 imagens de toda sua documentação sobre a região serão mostradas na exposição Amazônia, A Floresta do Mundo, parte do evento Amazônia br. 2002, em cartaz no Sesc Pompéia. São todas fotografias em grande formato, coloridas, reunidas para mostrar a riqueza de um lugar onde "tudo é superlativo". Animais em extinção, rios, seringueiros, índios e trabalhadores da floresta são alguns dos temas dessa mostra que, já na entrada, traz a imagem de uma bromélia fotografada no topo do Monte Roraima. Essa exposição é amostragem rápida de todo o trabalho realizado por Alcântara e que vai render um livro de 360 páginas, previsto para ser lançado no ano que vem pela Editora Metalivros. Dividido em três partes, a primeira terá fotografias coloridas com o tema terra. A segunda, o homem que trabalha na região e a terceira, uma mistura de imagens coloridas e em preto-e-branco sobre o futuro da região, ou melhor, para "dar voz às ONGs e a outras iniciativas" que trabalham para melhorar a região. Por exemplo, a reserva coordenada por José Márcio Ayres, na região do Rio Solimões. Lá, essa sociedade civil protege e dá assistência aos ribeirinhos do local. Por meio de várias expedições, por todos esses anos de trabalho, o fotógrafo é reconhecido com seis prêmios internacionais e 52 nacionais. "Dediquei minha vida e sou um pioneiro nesse trabalho de se criar uma memória geográfica, de identificar o Brasil primeiro para os brasileiros", diz. É por isso que não considera seu trabalho como de "ocasião". Descreve-o como "a saga de um andarilho". Pico da Neblina, montes do Aracá e de Roraima, alguns pontos dessa Amazônia onde tudo é rio. "Digo que sigo as veias da Amazônia, identifico-a por suas veias." Mas também ressalta que essa é uma região com problemas, como a devastação, o extermínio, trabalhadores jogados à própria sorte, crianças morrendo por causa de doenças como a malária. Essa exposição trata de mostrar a beleza da região, maneira de mostrar um pedaço da "pátria da água e do verde". Mas não deixa de ser uma chamada para todos os seus problemas, uma iniciativa que ficará completa com o lançamento do livro, este, um ensaio sobre a região.

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