Apresentadores ainda aguardam na fila

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O apresentador Serginho Groisman completa um ano de Globo dentro de um mês, mas não tem motivos para comemorar. Deixou o seu Programa Livre do SBT em agosto do ano passado, por um salário maior e uma promessa atraente que incluía duas atrações inéditas na emissora de Roberto Marinho. Os programas ainda não saíram do forno. Enquanto aguarda, Serginho já fez um pouco de tudo. Apresentou edições do programa Ação, que vai ao ar aos sábados, a partir das 8 h, participou do quadro Professor do Mês, do "Fantástico", e fez algumas aparições no Futura, canal pago mantido pela Globo e por um grupo de empresas privadas. Além de cobrir buracos, Serginho teve tempo de sobra para pensar na vida. Na fila de espera, aguarda ansiosamente sua vez de entrar em cena. E, pelo andar da carruagem, deve ser o próximo a desencalhar. Com o VJ Cazé, da MTV, a história se repetiu. O apresentador que, com seu jeito irreverente, ganhou notoriedade no programa VJ Por Um Dia e na festa anual de entrega do prêmio MTV Video Music Brasil, estava incomodando e foi arrematado pela emissora líder de audiência no começo de novembro. Como seu contrato com a MTV ia até maio deste ano, o início da nova atração que seria comandada por ele estava previsto para aquele mês. Mas nem o fato de ter sido indicado pela turma do Casseta & Planeta fez com que as coisas andassem depressa. Cazé não estreou. A última notícia veio há algumas semanas: a atração ficou mesmo para o ano que vem. No segundo semestre deste ano, devem acontecer somente as gravações dos pilotos e a criação de sua home page. Serginho e Cazé mudaram de emissora em um momento complicado. Na época, a Globo estava preocupada em desfalcar a concorrência e fez várias aquisições valiosas. Em menos de seis meses, a cúpula da emissora trouxe, além deles, Ana Maria Braga, da Record, Jô Soares, do SBT, e Luciano Huck, da Band. Nomes importantes, contratados pela soma de pontos no ibope que davam às outras emissoras, e que teriam de ser encaixados na concorrida grade global. No decorrer do ano, as estréias foram ocorrendo. Ana Maria rebolou até se estabilizar no seu Mais Você, que agora está mudando para a parte da manhã por causa do horário eleitoral gratuito. No Caldeirão do Huck, Luciano vive uma batalha semanal para manter a boa audiência e afastar o fantasma do veterano Raul Gil, que tem registrado bons índices com antigos sucessos como o quadro do Banquinho e o do Chapéu. Há poucos meses no ar, o Programa do Jô também demorou para sair do forno, mas garante boa audiência no começo da madrugada. Há algumas semanas, a dança de cadeiras entre os diretores globais agitou a famosa fila de espera. O diretor Alberto Luchetti, que estava no comando do Domingão do Faustão havia dois anos, deixou o posto e assumiu a direção do novo programa de Serginho Groisman. Finalmente as coisas começaram a acontecer e o projeto ganhou fôlego. Luchetti já se reuniu com Serginho, mas o pouco que se sabe é que a nova atração, que será basicamente de entretenimento, vai ao ar ao vivo nas madrugadas e terá participação efetiva do jornalismo. O apresentador ainda não acertou com a Globo a data de estréia, mas tudo indica que isto acontecerá em pouco mais de um mês, no aniversário de contrato do apresentador. Nada é certo. No mesmo período, começa a Olímpiada de Sydney e a "Globo" vai transmitir tudo ao vivo, durante a madrugada. A novidade é que o programa, que vai ser apresentado de um dos estúdios da sede da "Globo" em São Paulo, terá platéia. Todos os dias, um grupo de pessoas poderá assistir ao programa ao vivo. Em algumas ocasiões, o apresentador também poderá sair do estúdio para mostrar pessoas que trabalham na madrugada ou shows e idéias de novos artistas da noite paulistana. Apesar de o ao vivo ser a prioridade, o apresentador também exibirá reportagens especiais gravadas durante o dia em vários lugares da cidade. O programa terá, ainda, muita música, entrevista e entradas ao vivo dos repórteres do jornalismo, quando necessário. Ainda resta uma dúvida: por que o horário da madrugada foi o escolhido? A Globo não revela, mas não é difícil de imaginar. O excesso de contratações e de estréias espremeu a grade diurna e não há mais lugar para tanta gente. O agravante fica por conta do semestre atribulado. Em setembro, acontece a Olimpíada e, no mês seguinte, as eleições. Ambas vão ocupar espaço na grade da emissora, que já está quebrando a cabeça para encaixar o horário eleitoral sem prejudicar muito o horário das atrações atuais. Novos programas exigirão um cálculo preciso da direção da emissora líder de audiência.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.