30 de setembro de 2009 | 17h53
Num primeiro momento, a França e a Polônia, onde o diretor de 76 anos, premiado com o Oscar, passou sua infância, protestaram fortemente contra a prisão de Polanski no fim de semana passado.
Mas a secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton disse na quarta-feira que cabe aos juízes, e não a diplomatas, tratar do caso que data de 1977.
Depois de políticos franceses de todas as matizes terem inicialmente expressado incômodo profundo com a prisão, um porta-voz do governo modificou a reação oficial na quarta-feira, dizendo que Polanski "não está nem acima nem abaixo da lei."
"Um procedimento judicial está em curso dizendo respeito a um caso sério, o estupro de uma menor de idade, e os sistemas justiciários dos EUA e da Suíça estão fazendo seu trabalho," disse o porta-voz Luc Chatel a repórteres após uma reunião do gabinete.
"Por outro lado, podemos compreender a emoção suscitada por essa prisão tardia, mais de 30 anos após os fatos, e pelo método da prisão," disse ele.
Polanski, que tem cidadania dupla francesa e polonesa, foi preso a pedido dos Estados Unidos quando viajou à Suíça no sábado para receber um prêmio pelo conjunto de sua obra.
A elite política e artística francesa o defendeu, e o ministro da Cultura, Frederic Mitterrand, acusou os Estados Unidos de mostrar uma faceta assustadora ao buscar sua extradição.
O chanceler Bernard Kouchner disse que escreveu a Hillary Clinton, que disse a jornalistas nas Nações Unidas na quarta-feira que ainda não vira a carta. "Mas esta é uma questão que não é de minha alçada, é uma questão que é da alçada do sistema judiciário de nosso governo," disse ela.
Polanski se confessou culpado em 1977 de ter feito sexo com a garota na casa do ator Jack Nicholson, e, quando estava livre sob fiança, fugiu para a França.
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