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Após reforma, Casa do Grito reabre ao público em SP

Por AE
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Hoje, o engenheiro civil José Henrique Serafim, do Departamento de Patrimônio Histórico (DPH), consegue respirar com a sensação do dever cumprido. Depois de 11 meses de obras, a Casa do Grito, construção de pau-a-pique próxima ao Museu do Ipiranga, em São Paulo, deve ser reaberta ao público. "Durante todo esse tempo, vistoriei diariamente o andamento da reforma", conta Serafim. Para marcar a reabertura do espaço, entra em cartaz a exposição ''Da Independência ao Grito: História de uma Casa de Pau-a-Pique''. A reforma custou R$ 140 mil à Secretaria Municipal de Cultura - e eliminou as rachaduras nas paredes, além dos fungos e dos cupins que deterioravam a histórica casa, de 130 metros quadrados e oito cômodos. Os pilares de madeira que sustentam a casa sofriam com a umidade excessiva e tinham as bases apodrecidas. "Criamos uma proteção de concreto", diz o engenheiro. Foi a quarta grande reforma pela qual passou a construção, que pertence à Prefeitura desde 1936. Tombada pelos órgãos municipal, estadual e federal de preservação patrimonial (Conpresp, Condephaat e Iphan), a Casa do Grito ficou conhecida por esse nome graças ao artista plástico Pedro Américo. Ela aparece em sua célebre tela Independência ou Morte, pintada entre 1886 e 1888 e em exposição permanente no Museu do Ipiranga. Acredita-se, entretanto, que a construção ainda não existia quando d. Pedro I soltou seu "brado retumbante". De acordo com pesquisadores do DPH, o mais provável é que ela tenha sido erigida em 1844. Pertencia a Guilherme Antonio de Moraes, um sujeito que possuía dois carros de boi e ganhava a vida com eles. De 1887 a 1911, a casa passou por diversos proprietários, até acabar comprada pela família Tavares de Oliveira. Nessa época, já bastante deteriorado, o imóvel chegou a ser utilizado como cocheira. Desapropriado pela Prefeitura em 1936, ficou abandonado por quase duas décadas, até a sua recuperação. Transformou-se em monumento comemorativo à proclamação da Independência, parte do complexo do próprio museu. Exposição - As cerca de 50 peças que integram a mostra permanente aberta hoje são fruto de escavações arqueológicas realizadas na casa durante a década de 80. Há pedaços de vidro, fragmentos de cerâmica e pedras trabalhadas. "Possivelmente, foram utilizadas pelos antigos moradores", afirma a curadora da exposição, Margarida Davina Andreatta, arqueóloga da Universidade de São Paulo (USP). Há 20 anos, ela participou das escavações. A exposição é gratuita. A Casa do Grito fica noParque da Independência, s/n.º, Ipiranga. De terça a domingo, das 9 às 17 horas. Tel: (0xx11) 2068-0032. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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