Após assistir à guerra, Festival de Toronto contempla o amor

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Por CAMERON FRENCH
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Uma história inesperada sobre gravidez na adolescência e uma história de amor envolvendo uma boneca sexual de tamanho natural conquistaram os críticos no Festival Internacional de Cinema de Toronto, desviando as atenções de filmes mais sombrios sobre guerra e política. Apesar de filmes voltados à guerra do Iraque e ao terrorismo global terem atraído reações de modo geral positivas, outros trabalhos mais leves, como "Juno" e "Lars and the Real Girl", também ganharam destaque. "Lars", que traz Ryan Gosling (indicado ao Oscar em 2007) como homem obcecado por uma boneca sexual, foi elogiado por seu roteiro inteligente, que transforma um tema incômodo numa história de amor. Dirigido por Jason Reitman ("Obrigado por Fumar"), "Juno" trata de uma grávida de 16 anos que decide entregar seu bebê para adoção. "Os dois filmes são comédias, muito amplas e muito simpáticas", opinou David Poland, da MovieCityNews.com. Esses filmes menores triunfaram diante do ânimo maior em torno de filmes de temática ligada ao Iraque, como "Redacted", de Brian de Palma, e "In the Valley of Elah", de Paul Haggis, além de "Rendition", de Gavin Hood, um olhar tenso sobre a prática de prender suspeitos de terrorismo em prisões no exterior. A ênfase no tema da guerra lembra a enxurrada de filmes críticos à guerra do Vietnã vista no final dos anos 1970, como "O Franco-atirador" e "Amargo Regresso". Mas, com a guerra no Iraque ainda em curso, alguns críticos acham que o público talvez ainda não esteja pronto para ver suas consequências com objetividade. O argumento talvez se torne mais aparente quando os filmes chegarem aos cinemas. PRECURSOR DO OSCAR O festival de Toronto é visto por muitos como o pontapé inicial da temporada do Oscar, já que traz as estréias norte-americanas de muitos filmes que serão levados em conta nas categorias principais do prêmio. O crítico Pete Hammond, da revista Maxim, disse que ainda é cedo para ter uma boa idéia dos filmes que mais cotados para prêmios, mas afirmou que algumas atuações merecem elogios. Ele apontou para Cate Blanchett, mas não para sua atuação em "Elizabeth: The Golden Age", na qual ela retoma o papel da rainha inglesa do século 16. O que vem sendo elogiado é a atuação de Blanchett no papel de Bob Dylan em "I''m Not There". Outra atuação que vem obtendo reações positivas é a de Casey Affleck como o vilão Robert Ford em "The Assassination of Jesse James by the Coward Robert Ford".

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