Após 31 anos, Montebello deixa comando do Metropolitan

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Por AE
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Com a gestão mais longa entre os diretores dos principais museus do mundo, Philippe de Montebello está à frente do Metropolitan Museum, de Nova York, há 31 anos. Aos 72 de idade e enfrentando a difícil recuperação de uma cirurgia nos dois joelhos feita em janeiro do ano passado, ele decidiu se aposentar e vai deixar o comando do museu em 31 de dezembro. Para homenageá-lo, os curadores prepararam uma despedida em grande estilo, numa exposição com cerca de 300 das mais de 84 mil obras de arte acrescentadas ao acervo na gestão dele. Com seu porte e qualidade, ''The Philippe de Montebello Years: Curators Celebrate Three Decades of Acquisitions'' marca o fim de uma era. O tributo a Montebello toma conta de 11 salas no maior espaço de galerias do Met. A exposição fica em cartaz ali até 1.º de fevereiro, mas as imagens e descrições das obras que a compõem poderão ser vistas por muito tempo ainda no website do museu (metmuseum.org). O catálogo que a acompanha foi colocado integralmente na internet, algo inédito para a instituição que, com a média de 25 a 30 catálogos lançados por ano, é o principal publisher de livros de arte nos Estados Unidos. As obras selecionadas pelos chefes dos 17 departamentos curatoriais foram agrupadas nas galerias conforme o ano em que passaram para o acervo do Met. Na montagem da exposição, o diretor fez dois pedidos aos curadores. O primeiro: a inclusão de obras de Lorenzo de Monaco (c.1370-1425) e Salvator Rosa (1615-1673) que ele defendeu a compra pelo museu em 1965, no início de sua longa carreira na casa, quando era curador-assistente no Departamento de Pintura Européia. O outro, que houvesse destaque para desenhos pelos quais ele tem apreço especial. Com o título de ''The Philippe de Montebello Years'', a última galeria é uma fantástica exposição dentro da exposição, com obras sobre papel produzidas por gênios como Da Vinci, Michelângelo, Ticiano, Rafael e Poussin, entre outros, adquiridas pelo Met nos últimos 15 anos. Ao deixar o museu, Montebello vai voltar para o Institute of Fine Arts da New York University, desta vez como o primeiro professor de história e cultura de museus. Além da posição acadêmica, ele vai ser um dos conselheiros da NYU para a criação do seu câmpus em Abu Dhabi, que deve ser inaugurado em 2010. O inglês Thomas Patrick Campbell foi escolhido como o sucessor de Montebello. Campbell, que trabalha no Met há 13 anos, assume a posição em 1º de janeiro. A escolha dele para dirigir o museu é vista como uma opção de continuidade e uma transição suave depois de Montebello. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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