Antônio Filho, estilista para vestir celebridades

Há dez anos ele saiu do Pernambuco, decidido a viver de moda. Teve grife underground até virar costureiro de famosas, com muito brilho e brocados

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Por Agencia Estado
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O que Glória Maria, Hortência, Joana Prado, Helen Ganzarroli, Alice Cavalcanti, Angelita Feijó, Zilu Camargo, Luciana Melo e Narcisa Tamborindeguy podem ter em comum? Vestidos, blusas, saias, calças e tudo o mais capaz de sair da criatividade de Antônio Filho, o estilista queridinho das mais divertidas e perigosas peruas do País. Ele constrói com tecidos importados, que salpica de pedrarias, modelitos feitos para brilhar. Reina absoluto nos figurinos da Ilha de Caras. Tem esse ar chique-exagerado, para o qual não falta clientela. Madames congestionam sua loja-ateliê instalada no Itaim Bibi. Levadas por motoristas, desembarcam loucas por um atendimento personalizado. Antônio Filho faz prêt-à-porter de luxo e também alta-costura. Tudo, da mais básica t-shirt de seda ao mais elaborado sob-medida, é construído com moulage, técnica na qual o estilista faz o molde no manequim, em três dimensões. Mas nem sempre foi assim. Vitrines - Esse universo de celebridades e glamour pode ser considerado novidade na vida desse pernambucano de Petrolina, que há dez anos deixou sua cidade para se aventurar em São Paulo. "Eu trabalhava como produtor de moda e tinha uma loja na minha cidade, mas começei a criar roupas para colocar na vitrine e as pessoas adoravam", lembra Antônio. Decidido a seguir carreira como criador, desembarcou em São Paulo com a cara e a coragem e foi morar no Bom Retiro, tradicional reduto têxtil da capital. Aqui, repetiu o feito de fazer modelos para enfeitar vitrines que faziam mais sucesso do que as roupas à venda nas lojas. "Dessa forma comecei a trabalhar na Sea Company, onde fiquei dois anos." Tudo o que sabia era instintivo. Antônio Filho nunca havia estudado moda, até que teve a chance de fazer um curso de Marie Rucki, do Estúdio Berçot. Ele desafiou a mestre, ao desenvolver um vestido longo para sua formatura. "Ela era contra, não queria que eu fizesse." No fim, Rucki rendeu-se ao talento do aluno e o considerou o melhor da turma. Enquanto fazia longos capazes de seduzir até madame Rucki, Antônio Filho fazia e vendia uma moda punk e underground. Era dele a marca Zona, cheia de corseletes de ferro e muito couro preto, que vendia - e bem - no alternativo Mercado Mundo Mix. Da Zona ao luxo - Como também era craque em vestidos de noite, conseguiu, com sua faceta chique, emplacar várias capas de revistas. "Era engraçado, as clientes chegavam pedindo os vestidos, mas ficavam constrangidas de falar que estavam usando uma roupa da Zona", diverte-se Antônio. Há dois anos, resolveu assumir sua vocação para vestir celebridades, transformou o nome em grife e sepultou a Zona. Sua fama se espalha no boca-a-boca das festas. "A Hortência chegou aqui assim, viu alguém com uma roupa minha na Ilha de Caras e virou cliente", conta. "O que eu mais gosto são os detalhes, como os bordados e as pedras", diz Helen Ganzarroli, assistente de palco de Gugu Liberato, que costuma usar as roupas do estilista para sair à noite e também no palco. O estilo Antônio Filho ainda tem uma vantagem: o preço. Os vestidos do prêt-à-porter oscilam de R$ 399 a R$ 500, faixa bem competitiva se comparada a grifes nacionais de ponta. Uma calça bordada com pedrarias pode chegar a R$ 990. Os valores das peças sob-medida vão depender do tamanho do desejo de aparecer de cada freguesa. Antonio Filho - : Rua Santa Justina, 146, tel.: 3846-5495.

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