Antonio Dias inaugura mostra em SP

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Por Agencia Estado
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Apesar da agenda cheia de exposições no Brasil e no exterior, Antonio Dias conta que tem pintado cada vez menos. Das mostras previstas para este ano, a que será inaugurada amanhã, para convidados, na Galeria Luisa Strina é, portanto, uma oportunidade única de ver os trabalhos recentes do artista, que estava há dois anos sem pintar até dar início à série que ficará em exposição até o dia 1.º de julho. Trata-se de um conjunto de seis grandes trabalhos construídos pela sobreposição de telas e depois coloridos pela oxidação de metais. As criações (duas do ano passado e quatro deste ano) são compostas pela justaposição de telas de maneira rigorosamente geométrica, uma vez que Dias elegeu como molde básico para seu trabalho o quadrado. As estruturas recebem o tratamento de cobre e do chamado ouro composto (uma espécie de latão), além de pigmentos minerais diferentes e agentes oxidantes, o que provoca a transformação contínua da coloração da obra, também pintada com tinta acrílica. Dependendo da umidade ou da salinidade do ambiente, conta Dias, as obras acabam tendo os tons metálicos modificados. "Mas nunca é uma surpresa muito grande", ressalva o pintor. "As cores também estão sujeitas àquilo que na art nouveau se chamava de efeito borboleta, uma transformação das cores em função da incidência da luz". Naquele caso, entretanto o efeito ocorria em superfícies transparentes como o vidro e não em planos metálicos. A relação entre as cores desenvolve-se sobre as superfícies reunidas que, entretanto, mantêm a autonomia entre si. "Penso até em chamar essa série de autônomas", acrescenta o artista plástico, que tem uma série de trabalhos da década de 70 expostos no Museu de Arte Contemporânea de Niterói. São também dos anos 60 e 70 as obras que serão levadas este ano para o Reina Sofia. O artista participa no semestre que vem de duas exposições no museu espanhol. Heteriotipias, com curadoria de Mari Carmen Ramirez, e Fri(c)ciones, com curadoria de Ivo Mesquita e Adriano Pedrosa.

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