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Antares terá programação menor em 2002

Por Agencia Estado
Atualização:

Mesmo com toda a insegurança enfrentada pela economia, a Antares anuncia sua programação para 2002. A 9.ª edição do Antares Dança está enxuta, sem perder a qualidade, com destaque para o Rosas e Bill T. Jones. Para a diretora da produtora, Maria Rita Stumpf, a Antares alcançou o número ideal de atrações por temporada. "Essa é a média de atrações que trazemos. Uma temporada muito longa satura, por uma razão simples, outras empresas promovem espetáculos e as pessoas não conseguem assistir a tudo", comenta. Com certa dose de bom senso e prudência, de maneira geral as empresas colocaram o pé no freio, evitaram riscos e cachês altos. "A programação de 2001 foi muito cara. Decidimos equilibrar o caixa, no entanto, sem perder a qualidade." Para atrair a atenção do público, a bela Eva Yerbabuena abre a programação. "Desde 2000 usamos o flamenco para atrair platéias", diz a diretora. Eva apresentará o seu espetáculo mais recente, "5Mujeres5", espetáculo considerado como o melhor da Bienal de Sevilha, em 2000, na época da estréia e atualmente foi contemplada com o Prêmio Nacional de la Danza. Eva não faz o flamenco tradicional, busca elementos da dança contemporânea, já trabalhou com estrelas como Pina Bausch e William Forsythe. "Quem for ao teatro com a intenção de assitir a uma mulher com presilhas no cabelo, manto colorido e saia cheia de babados está enganado. Eva é uma mulher que faz o flamenco contemporâneo, mas com todo o peso da tradição." O furor espanhol chega aos palco brasileiros nos dias 2 e 3 de abril, no Teatro Municipal do Rio, dia 5 vai a Porto Alegre, 7 é a vez de Brasília, 9 em Salvador, 11 chega a São Paulo, dia 13 vai para Curitiba e volta a Sampa para encerrar sua turnê nos dias 15, 16 e 17. Em maio é a vez de os bailarinos do Bill T. Jones/Arnie Zane Dance Company apresentarem o que há de representativo na dança contemporânea americana. A companhia foi fundada em 1982 por Bill T. Jones e por Arnie Zane. "Essa é uma oportunidade de as pessoas conhecerem o trabalho do grupo, que veio uma única vez, em 1997." O segundo semestre terá o Grupo Rosas, da Bélgica, em setembro. Dirigido por Anne Teresa De Keersmaeker, a companhia foi responsável por uma verdadeira revolução e renovação na linguagem da dança contemporânea européia. Aproveitando a comemoração dos 20 anos, o Rosas apresenta o espetáculo Rain. Arteballetto - E para encerrar, o Arteballetto. Há 22 anos na estrada, o balé conseguiu destaque no cenário italiano e europeu. "Há cinco anos assumi a direção da companhia, troquei o elenco e modifiquei o repertório. Introduzi coreografias de dança moderna, contemporânea e o neoclássico, com peças de William Forsythe, Jíri Kylián, Maurice Béjart entre outros. Procuro, sempre, abrir espaço para jovens coreógrafos italianos, como Monteverdi, por exemplo", observa o diretor, Mauro Bigonzetti. Bigonzetti assina a maioria das coreografias dançadas pelo Arteballetto. "Posso dizer que criei 60% dos trabalhos apresentados pela companhia. Para criar, observo as características de cada bailarino, a personalidade e as habilidades desses artistas, para depois desenvolver os movimentos", declara. O diretor exige o mesmo dos jovens coreógrafos convidados. "Eles precisam ser generosos, atenciosos e valorizar aquilo que cada um tem de melhor. Sem isso, não há acordo." Agenda - "Nunca fui um bailarino brilhante, mas conquistei o meu espaço coreografando. Já estive dos dois lados e sei o quanto é importante o significado da palavra respeito." A agenda da companhia está preenchida com apresentações pela Europa - Inglaterra, Alemanha, França -, Argentina e pelos Estados Unidos. As peças escolhidas para a temporada no Brasil contam com a diversidade e exigem muito técnica do grupo. "Essa é uma companhia de repertório, por essa razão a programação conta com peças de Kylián e Forsythe e do próprio Bigonzetti, para que o público possa comparar e comprovar a técnica dos bailarinos", avalia Maria Rita. O grupo conseguiu crescer e manter-se mesmo sem uma política cultural ou apoio do governo para a dança. Situação bem conhecida dos brasileiros. "Vivemos de bilheteria e de um pequeno apoio da prefeitura da região." A programação da Antares de 2002 também abre espaço a dois grupos brasileiros: Balé da Cidade de São Paulo e Balé Jovem do Rio. Para este ano a série Antares Dança na TV continua em co-produção com a TV Cultura. "A política da Antares é trazer para o Brasil o que está acontecendo no exterior. Procuramos trazer referências para os bailarinos", afirma. "Ajudamos a mudar a face da dança no País, ampliamos platéia, e manter todos os anos uma temporada de dança é uma vitória."

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