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Angolano Luandino Vieira ganha Prêmio Camões

O escritor foi o terceiro africano a receber o prêmio, considerado a mais importante da literatura em português, e levou para casa 100 mil euros

Por Agencia Estado
Atualização:

O escritor angolano Luandino Vieira ganhou o Prêmio Camões 2006, considerado o mais importante da literatura em português e que entrega 100 mil euros, anunciou hoje a ministra da Cultura de Portugal, Isabel Pires de Lima. O prêmio Camões foi criado em 1988 pelos Governos de Portugal e do Brasil para distinguir anualmente um escritor que contribua com sua obra para enriquecer o patrimônio literário na língua portuguesa. O júri foi constituído pelas autoras portuguesas Agostiniana Bessa-Luís e Paula Morao, os brasileiros Ivan Junqueira e Evanildo Bechara, o moçambicano Francisco Noa e o angolano José Eduardo Agualusa. Luandino Vieira se transforma assim no terceiro autor africano a receber este prêmio, depois do moçambicano José Craveirinha (1991) e do angolano Pepetela (1997). O autor, natural da cidade portuguesa de Vila Nova de Ourém (1935), teve de emigrar para Angola quando era um menino e participou do movimento de libertação nacional da antiga colônia de Portugal. Por suas atividades militantes a favor da independência de Angola, foi preso em 1959 e 1961 pela Polícia política do regime autoritário português de Antônio de Oliveira Salazar, e foi condenado a 14 anos de prisão. Vieira, que passou oito anos em um campo de concentração, do qual foi libertado em 1972, é autor de romances e relatos curtos, entre os quais destacam-se Luuanda (1963), A vida verdadeira de Domingos Xavier (1974), Velhas Estórias (1974), Vidas Novas (1975) e João Vencio: os seus amores (1979). Atualmente, o autor prepara o segundo romance de sua trilogia De Rios Velhos e Guerrilheiros, cuja primeira parte, O Livro dois Rios, sairá à venda este ano. Vieira se soma à lista de premiados, que inclui escritores como os portugueses Miguel Torga, José Saramago, Sophia de Mello Breyner, Eugênio de Andrade e Agostiniana Bessa-Luís, assim como os autores brasileiros João Cabral de Melo Neto, Jorge Amado, Rubem Fonseca e Lygia Fagundes Telles, agraciada em 2005.

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