'Angela' faz da máfia pano de fundo para melodrama

Filme de Roberta Torre, diretora premiada com o Dino de Laurentiis de estreante no Festival de Veneza de 1997

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Embora nascida em Milão (em 1962), Roberta Torre é uma diretora italiana estabelecida na Sicília, onde mantém uma casa de produção em Palermo, desde o começo dos anos 90. No Festival de Veneza de 1997, ela ganhou o Prêmio Dino de Laurentiis, como melhor diretora estreante, por Tano da Morire. O filme tem um pé muito forte na realidade, mas de repente vira um musical rasgado, com números de canto e dança que desconcertaram os críticos e agradaram ao público.   Roberta Torre assina agora a realização de Angela. Seu filme de 2002 estréia hoje nos cinemas de São Paulo, numa distribuição da Mais Filmes. Se é da Mais, a empresa de Leon Cakoff e Adhemar Oliveira, você pode ter certeza de que passou na Mostra - na 26ª.   Angela - houve um filme homônimo com Eliane Lage, na Vera Cruz, em 1951 - conta a história dessa mulher, casada com um chefão da Máfia, que se envolve com um sicário do marido, quando ele vai preso. O filme começa muito realista, como um estudo das relações de poder na Máfia. Donatella Finocchiaro e Andrea di Stefano formam o casal protagonista e, lá pelo meio, a diretora muda o rumo da história.   Desta vez, os personagens não saem a cantar nem dançar, mas o filme vira um melodrama. Roberta Torre é atraída por essas rupturas de tom, de estilo. Seu filme não é ruim, mas o cinema italiano virou tão raro nas telas brasileiras que não vai ser Angela a aplacar o possível desejo por imagens que o público tem daquele país. Pela personalidade da diretora e pela ênfase na figura feminina, deve agradar mais às mulheres. Angela (Itália/2002, 35 min.) - Drama. Dir. Roberta Torre. 18 anos. Espaço Unibanco 1. Cotação: Regular

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