Angela Detanico e Rafael Lain fazem a mostra <i>Ano Zero</i>

Destaque no circuito internacional, dupla faz mostra na Galeria Vermelho

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Por Agencia Estado
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De Caxias do Sul para São Paulo, de São Paulo para Paris, a dupla formada por Angela Detanico e Rafael Lain vem a cada dia aparecendo com mais freqüência no circuito nacional e internacional. Neste ano, eles, juntamente com o artista carioca José Damasceno, vão representar o Brasil na 52.ª Bienal de Veneza, a mais tradicional mostra de arte do mundo, que ocorre a partir de junho. Mas, até lá, Detanico e Lain, como também são conhecidos, ainda têm outras paradas. No fim de março participam da primeira edição da Bienal de Valência na Espanha, no segmento de artistas selecionados pela Fundação Bienal de São Paulo; além de exposições individuais no Jeu de Paume e no Museu Zadkine em Paris. Essas são apenas algumas citações da agenda internacional desses artistas jovens - Angela tem 33 anos, Rafael, 34, que vivem em Paris e estiveram presentes em duas Bienais de São Paulo seguidas (na 26.ª e 27.ª , nessa como parte do projeto especial de uma publicação com obras de artistas). Da agenda nacional, eles acabam de inaugurar na Galeria Vermelho a sua primeira mostra individual, Ano Zero. Artistas vindos da formação do design gráfico - ramo, aliás, que não abandonaram; são, por exemplo, eles os criadores dos projetos gráficos do festival Videobrasil nos últimos anos - Angela Detanico e Rafael Lain criam um trabalho de forte raiz conceitual e tecnológica a partir de um repertório tirado basicamente da tipografia. "Por meio dela podemos trabalhar o texto e a linguagem visual", diz Angela. Combinações, códigos, textos, sistemas de representação e a passagem do tempo são alguns dos temas enumerados pela artista sobre o processo de criação conjunta. Mas, como ela completa, a sistematização e o mental presente nessa obra é uma "reorganização de coisas que existem no mundo". Na entrada da galeria está a obra que dá título à exposição, Ano Zero, uma projeção simples feita a partir de uma sentença: Antes de Cristo, Depois de Cristo. Na parede, as letras de cada palavra vão mudando num sistema de regressão e progressão do alfabeto - na passagem do tempo, a sentença vai se transformando em algo ilegível, é obra "mentale" para o espectador. Em outra sala, com trabalhos circulares feitos em gradações de preto-e-branco, a partir de nomes de estrelas, vemos que o uso de um sistema mental pode se transformar em obras de caráter plástico e poético. No andar superior da galeria, há ainda outros trabalhos, todos usando o vídeo como mídia - um deles, em destaque, é What if Suddenly nothing else Moves?, que tem como base livro de Virginia Woolf. Angela Detanico e Rafael Lain. Galeria Vermelho. Rua Minas Gerais, 350, Higienópolis, (11) 3257-2033. 3.ª a 6.ª, 10 h às 19 h; sáb., 11 h às 17 h. Até 24/3. Grátis

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