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Análise: Globo de Ouro e Critics Choice disputam espaço, mas lista de indicados é parecida

As duas associações revelaram sua preferência por 'Belfast', 'Ataque dos Cães' e 'Amor, Sublime Amor'

Por Mariane Morisawa
Atualização:

A temporada do Oscar sempre pegou fogo com o anúncio dos indicados ao Globo de Ouro. Mas, neste ano já atípico, ainda na pandemia, as coisas estão um pouco diferentes. Depois de enfrentar acusações de falta de diversidade e posturas pouco éticas que levaram a um anúncio de mudanças e à admissão de 21 novos membros, a Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood (Hollywood Foreign Press Association, HFPA) anunciou seus concorrentes na manhã desta segunda-feira, 13, em Los Angeles, com menos fanfarra do que o habitual - apenas Snoop Dogg compareceu para ler metade da lista. É um sinal do território pantanoso em que a HFPA se encontra, com boicote de assessores, agentes e estúdios e o cancelamento da transmissão da festa pela rede NBC. 

Em vez de um anúncio festivo, como era comum, os nomes indicados para o Globo de Ouro foram dados por Snoop Dogg. Foto: EFE/EPA/NINA PROMMER

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Três horas mais tarde, foi a vez da Critics Choice Association fazer seu anúncio para o Critics Choice Awards. A associação com cerca de 500 membros correu para tentar ocupar o espaço da HFPA, marcando sua cerimônia de premiação para o mesmo dia - 9 de janeiro - e abrindo uma ala de jornalistas estrangeiros. 

É sempre bom frisar que quase ninguém de nenhuma das duas organizações faz parte da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Mas elas servem para dar visibilidade a determinados filmes e artistas e a reforçar a preferência por outros. 

O Globo de Ouro, que premia cinema e televisão e divide filmes e séries em dramas e comédias ou musicais, tem a tendência de preferir nomes famosos. Entre os diretores, surpreendeu a indicação para Maggie Gyllenhaal, que faz sua estreia na função com The Lost Daughter. Mahershala Ali, por sua atuação em Swan Song, ganha um impulso. Novatos como Alana Haim e Cooper Hoffman, de Licorice Pizza, e Rachel Zegler, de Amor, Sublime Amor, também foram indicados. Claro que a HFPA não abriu mão de alguns favoritos, como Nicole Kidman (Being the Ricardos), Leonardo DiCaprio (Não Olhe para Cima) e Olivia Colman (The Lost Daughter). 

Belfast, de Kenneth Branagh, e Ataque dos Cães, de Jane Campion, lideram em número de indicações, com sete cada. Os dois estão no braço de drama. Entre as séries, Succession teve cinco indicações. 

Já o Critics Choice, que anunciou seus concorrentes aos prêmios de televisão na semana passada, tendo Succession oito indicações, não divide a premiação da mesma forma. São dez indicados a melhor filme, por exemplo, mas também há uma categoria melhor comédia - um pouco confuso. 

Mas a lista de concorrentes não difere tanto assim daquela do Globo de Ouro. Os longas com mais indicações são Belfast e Amor, Sublime Amor, de Steven Spielberg, com 11 cada. Em seguida, aparecem Duna, de Denis Villeneuve, e Ataque dos Cães, de Jane Campion, com dez cada. Na última década, em seis anos o vencedor do Critics Choice de melhor filme também levou o Oscar da categoria. 

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No fator visibilidade, Nicolas Cage ganha alguma por seu trabalho em Pig, assim como J.K. Simmons e Ann Dowd, por Being the Ricardos e Mass, respectivamente. 

Benedict Cumberbatch no lançamento de 'Ataque dos Cães', que está entre os destaques de indicações tanto no Globo de Ouro quanto no Critics Choice Awards. Foto: REUTERS/Toby Melville

Mas as indicações ao Globo de Ouro e ao Critics Choice Awards serviram mais para reforçar algumas preferências. Entre os filmes, Belfast, Não Olhe para Cima, King Richard, Duna, Ataque dos Cães e Amor, Sublime Amor parecem ter lugar quase garantido. CODA, que foi premiado em Sundance, também ganhou força. 

Entre os atores, vai ser difícil ver listas do Oscar sem Benedict Cumberbatch (Ataque dos Cães), Will Smith (King Richard), Lady Gaga (Casa Gucci), Ariana DeBose (Amor, Sublime Amor) e Kristen Stewart (Spencer). 

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As duas associações, no entanto, não colocaram estrangeiros entre seus indicados a filme do ano, como tem acontecido com certa frequência nas premiações das associações de críticos. Tanto a de Nova York quanto a de Boston, por exemplo, elegeram Drive My Car, do cineasta japonês Ryûsuke Hamaguchi, como o melhor longa de 2021. A HFPA e a Critics Choice Association preferiram deixar Drive My Car no nicho de produções internacionais. 

Ainda falta bastante para o Oscar, que acontece mais de dois meses depois do Globo de Ouro e do Critics Choice Awards, em 27 de março. Até lá, é possível que nomes subam ou desçam na preferência dos membros. Mas a disputa está delineada. 

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