Amigos despedem-se de Avancini

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Por Agencia Estado
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Cerca de cem pessoas, entre artistas e parentes, velaram o corpo do diretor de TV e cinema Walter Avancini, que morreu ontem aos 66 anos. De manhã, os atores Deborah Secco, Maurício Mattar e Luigi Barrichelli, protagonistas de seu último trabalho, a novela das 18 horas da TV Globo A Padroeira, estiveram na capela 1 do cemitério São João Batista, zona sul do Rio, para se despedir de Avancini. "Vou guardar a lembrança de uma pessoa que me ensinou muito, apesar do pouco contato. Ele passava conceitos em poucas palavras. Também em poucas palavras, tirava de você o que você podia render", disse Barrichelli, que trabalhou com o diretor somente em A Padroeira, novela da qual Avancini foi afastado no início do mês de julho por já estar fisicamente debilitado pelo câncer. Deborah e Mattar chegaram juntos à capela, fizeram orações junto ao corpo e saíram sem dar declarações. Os atores começaram a namorar nos bastidores da novela das 18 horas. O autor da atração, Walcyr Carrasco, também compareceu ao velório. A atriz Taís Araújo, que foi descoberta por Avancini, que a dirigiu na novela Xica da Silva (1996), ficou por várias horas ao lado do caixão. "Perdi meu mestre", disse. Denise Saraceni, diretora de TV ? que vai dirigir a novela que substituirá A Padroeira, A Dança da Vida, contou que aprendeu tudo com Avancini. "Fui produtora dele por cinco anos. Ali observei a busca que ele fazia para encontrar uma linguagem brasileira de TV. Ele acreditava que existia uma alma brasielira que deveria ser tocada pela TV. Devo muito a ele." O ator Francisco Cuoco, que trabalhou com o diretor em duas novelas, Selva de Pedra (1972) e Sétimo Sentido (1982), acredita que ele é "insubstituível". "Ouso até dizer que ele é o nosso Orson Welles, pela fidelidade a seu trabalho." O ator Marcos Frota ressaltou que "o bonito no Avancini é que ele terminou trabalhando." A primeira mulher do diretor, Calpúrnia da Rosa Avancini, com quem ele foi casado por 18 anos e teve três filhos ? Alexandre, diretor de TV, Andréa, atriz, e Otávio, artista plástico ? disse que ele "foi um lutador até o final". "Ele sentia muitas dores, mas sempre minimizava para não precoupar a gente. Acho que ele sentiu muito por ter saído da novela, mas a saúde dele não permitia mais. Ele não queria que as pessoas soubessem que ele estava doente e nós respeitamos." A segunda mulher, Debora Fuchs, mãe de Antônia, de 10 anos, também foi dar seu adeus. O ator Paulo Goulart, que fez cinco novelas com o diretor, disse que "ele não era um carrasco, mas um profissional que pedia que as pessoas fossem profissionais". "As pessoas diziam que ele tinha um temperamento ditatorial, mas, muitas vezes, quando se lida com o coletivo, as coisas só funcionam quando o diretor tem um objetivo claro." Compareceram ainda ao velório os atores Ney Latorraca, Murilo Benício, Carolina Ferraz, Mauro Mendonça, Rosamaria Murtinho, Otávio Augusto, Stênio Garcia, Murilo Rosa, Tony Ramos, Oswaldo Loureiro, Cecil Thiré e Rosamaria, além do diretor Ivan Zeppel. Veja galeria de fotos

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