
31 de julho de 2010 | 00h00
Difícil imaginar Morrison ouvindo bossa nova com o amigo Ray Manzarek. Em entrevista ao Estado, Ray fala, dentre outras coisas, da paixão da banda pela música de João Gilberto.
Quais as novidades do novo livro de Ben Fong-Torres?
Ele mostra como eram os Doors em sua complexa história. A novidade é a intimidade. É uma crônica completa dos Doors. Descreve os seus confrontos, as suas vidas.
Esta pode vir a ser esta a última biografia?
Esta é a definitiva hoje mas provavelmente existam outras. Não é a última porque Morrison é talvez como Orfeu. Sempre poderão vir outras novas histórias.
O senhor fala no livro que no final de 1968, quando gravaram o Touch Me, usaram "sons de bossa nova". Pode explicar como o fizeram? Como a música brasileira esta incluída nos Doors?
Amo a bossa nova e o samba. E amávamos a música de João Gilberto, sua harmonia e a forma como os músicos brasileiros expressavam suas sensações. O que fizemos foi, de alguma maneira, premiar o sentimento com que ela nos transportava. Partimos para isso e desde então muitas vezes usamos o ritmo nas composições.
Lembra de algum momento em que tenham falado entre os Doors sobre a bossa nova?
Lembro de ver Orfeu Negro, um filme sobre o carnaval brasileiro estreado em 1959 (a trilha sonora é de Tom Jobim e Luís Bonfá. Vinícius de Moraes e Antônio Maria também tiveram músicas incluídas. O longa ganhou o Oscar em 1960). Vimos juntos o filme em uma praia da Califórnia e sonhamos em conhecer as praias de Ipanema e Copacabana, no Rio.
Será possível ver o senhor tocar com os Doors no Brasil?
Sim, em princípio faremos uma turnê sul-americana no próximo verão de 2011 e passaremos por aí. Quero ir a Copacabana e a Ipanema, adoro esses lugares e gostaria muito de poder tocar bossa por aí.
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