Amado pintou o Brasil em cores reais, diz FHC

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Por Agencia Estado
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Inúmeras personalidades brasileiras demonstraram-se emocionadas com a morte de Jorge Amado. Escritores, políticos e amigos deram declarações lamentando a perda do escritor baiano e dimensionando o papel que Amado representou para o Brasil. O presidente Fernando Henrique Cardoso divulgou, há pouco, uma nota oficial, na qual afirma: "O Brasil perdeu hoje um dos seus maiores intérpretes. O legado de Jorge Amado transcende uma obra que por sua riqueza e densidade é o exemplo vivo do que pode o espírito humano em suas mais elevadas criações. Os personagens que criou se tornarão tão ou mais conhecidos e reais do que seu autor. Que maior glória pode ter um escritor? A língua de Jorge Amado é um português que seduz todos os cinco sentidos, cheio de cores, sons, perfumes, sabores e texturas. A lição que nos deixa Jorge é a de um combatente, de alguém que sempre esteve a favor da Justiça, ao lado dos oprimidos, um criador que teve a coragem de pintar o Brasil em suas cores reais para, a partir delas, propor sua utopia. O Brasil perde hoje esse homem. Seu legado, entretanto, é a herança de que nos orgulhamos todos. Jorge, sentiremos sua falta." Depoimentos Lígia Fagundes Telles - escritora e membro da ABL: "Há escritores que eu amo e há escritores que eu admiro. Jorge Amado eu amava e admirava. Estou muito chocada, até comentei hoje com o acadêmico Ivan Junqueira, que Jorge estava melhor. Amado Jorge, admirado Jorge..." Ivan Junqueira - escritor e membro da ABL: "Ainda não sei como lidar com isso. É uma perda irreparável. O Jorge Amado já vinha mal de saúde e estávamos algo temerosos de que mais cedo ou mais tarde receberíamos essa notícia. O Brasil perde um dos dois ou três maiores escritores deste século, e perde um homem que sempre lutou pela liberdade do País. Morreu uma legenda literária." Paulo Costa Leite - presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ): "O Brasil chora a perda de um de seus mais importantes filhos, que elevou a literatura brasil eira a patamares nunca antes imaginados, fazendo-a respeitada em todo o mundo, além de se tratar de uma figura extraordinária." Pedro Paulo de Sena Madureira - editor geral da Editora Siciliano: "Jorge Amado é a melhor imagem que o Brasil já conseguiu projetar de si próprio, tanto do ponto de vista da alta estima do povo brasileiro, quanto da cultura do País. Desde seu primeiro livro, Jorge revelou o Brasil a si próprio, com alta categoria literária. Foi talvez nosso melhor contador de histórias desde José de Alencar, e sem abrir mão da visão crítica do País. Em obras como Capitães de Areia, Jubiabá e tantas outras, Jorge revelou o que depõe contra o País, mas sua literatura sempre depôs a favor do Brasil."

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