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Adele brilha em noite de homenagens a Whitney Houston

Por Roberto Nascimento
Atualização:

A sombra feita pela morte de Whitney Houston não ofuscou o retorno de Adele aos palcos, na apresentação dos Grammys, neste domingo à noite. A cantora inglesa estava em repouso depois de uma cirurgia nas cordas vocais (embora seu disco 21 tenha continuado no topo das paradas), e chegou chegando. Levou os seis prêmios aos quais concorria - três deles nas categorias mais importantes (disco, álbum e canção do ano)- e fez sem dúvida a grande apresentação da noite ao cantar sua onipresente Rolling in the Deep. Ao vivo, o grande hit de 2011 ganhou um sobretom de catarse que não está tão presente na gravação quanto a gravação sugere. A expectativa do momento foi ressaltada pela cirurgia de Adele, e como se suas cordas fossem de guitarra e pudessem estourar quando chegassem ao refrão. A cantora chorou ao receber o prêmio de melhor álbum e disse: "O trabalho é inspirado por algo muito comum, pelo qual todos nós passamos. Foi apenas um relacionamento que não deu certo, e por causa disso aconteceram coisas que não consigo descrever. Foi o ano mais importante da minha vida", disse. As homenagens a Whitney Houston, programadas de última hora em um evento que segue o script à risca, tiveram menos impacto. O apresentador dos Grammys, LL Cool J, ofereceu uma prece à cantora, e a jovem diva Jennifer Hudson cantou I Will Always Love You, o maior hit de Whitney. Foi um tributo engessado, tocado em dueto com um piano. Jennifer mostrou cautela na hora de entregar-se ao colossal refrão. Parecia concentrada em fazer uma homenagem sóbria. Não tomou liberdades com o fraseado para dar personalidade à interpretação, algo que talvez seja muito a se esperar de um tributo convocado no dia anterior. Fora Adele, o outro grande vencedor da noite foi o Foo Fighters. A banda liderada por Dave Grohl levou cinco prêmios, incluindo o de melhor performance por uma canção de rock com Walk. "Esta é uma grande honra por que esse disco foi especial para nossa banda. Em vez de irmos ao melhor estúdio, nós o fizemos com alguns microfones e um gravador, na minha garagem", contou o cantor. "Mostra que aquele elemento humano em fazer música ainda é a coisa mais importante." Um dos momentos curiosos da noite foi o do cantor de indie folk Justin Verno, que atua sob o nome Bon Iver. O músico recebeu o Grammy de revelação, e embora colabore frequentemente com estrelas do mainstream como Jay-Z e Kanye West, disse que era difícil aceitar o prêmio: "Quando comecei a compor canções, foi com o intuito de obter a satisfação inerente a esta criação, portanto me sinto desconfortável aqui. Mesmo assim, sou grato por estar aqui, e gostaria de agradecer aos indicados, assim como aos não indicados que nunca estiveram e nunca estarão aqui".

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