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Acervo de Roberto Campos vai para Curitiba

Por Agencia Estado
Atualização:

A coleção de 7,5 mil livros do economista Roberto Campos deixa o Rio para incorporar-se à biblioteca do Centro Universitário Positivo, de Curitiba, a ser inaugurada em agosto. O acervo será levado para uma sala que terá o nome de Campos, onde ficarão expostos também objetos pessoais cedidos pela família. "Essa coleção vai ficar à disposição de toda a comunidade acadêmica brasileira e esperamos que desperte o interesse no estudo de seu pensamento", adianta o reitor do Positivo, Oriovisto Guimarães. "Nossa intenção foi homenageá-lo e preservar sua memória." Campos era um leitor voraz e acumulou livros que usava no trabalho ou ganhava de outras figuras como John Kennedy, Henry Kissinger e Margareth Tatcher, com quem conviveu em sua longa carreira de embaixador e ministro. Após sua morte, em outubro, a família decidiu desfazer-se da coleção sem demembrá-la. Aventou-se a possibilidade de o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do qual Campos era fundador, cuidar dela em regime de comodato, mas as negociações não foram adiante. Na época, foi avaliada em R$ 200 mil, pelo editor José Mário Pereira, amigo da família, mas nem o Positivo, nem os descendentes de Campos falam das cifras da negociação, feita sem apoio de leis de incentivo à educação ou à cultura. "Separadamente, os livros não têm valor histórico, pois Campos só adquiria o que interessava a seu trabalho. Mesmo os autógrafos de certos volumes não têm tanto valor porque não são assinaturas raras", explicou Pereira, na época. "Mas ele sempre escreveu a lápis nas margens das páginas e começava seus artigos e livros com essas anotações. Aí está o valor dessa coleção porque, com ela, se poderá traçar sua trajetória intelectual." O Centro Universitário Positivo é um grupo privado que atua em todos os níveis de educação e criou a própria universidade, em 1998. Atualmente, tem 24 cursos de graduação, um número variável de pós-graduações e cerca de 10 mil alunos. "Como temos pouco tempo de atuação, ainda não nos centramos em uma só área de conhecimento, mas esperamos que a própria comunidade acadêmica escolha seus caminho", finalizou o reitor Oriovisto Guimarães.

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