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Acervo de André Breton bate recorde em leilão

Mas a polêmica continua na França: intelectuais reclamam uma ação do governo para cuidar do legado do mestre do surrealismo

Por Agencia Estado
Atualização:

O escritor francês André Breton morava em um minúsculo apartamento no bairro de Montmartre em Paris. Lá dentro, amontoava-se um extraordinário acervo de artes plásticas e manuscritos de alguns dos mais importantes artistas europeus das primeiras décadas do século passado. Desde a semana passada, grande parte desse acervo, sobretudo o relacionado ao surrealismo, vanguarda artística da que Breton foi expoente, foi a leilão em Paris. Os valores de vendas das peças já estão sendo considerados recorde pela imprensa francesa. A casa de leilões Drouot, de Paris, já contabiliza 26,29 milhões de euros depois que vários quadros de Miró e Magritte foram vendidos. Se está rendendo fortuna por um lado, por outro aumenta a cada dia o número de intelectuais que se colocam contrários ao leilão. Na semana passada foi a vez do filósofo Jacques Derrida se juntar aos manifestantes que soltaram bombas de mau cheiro na sede da leiloeira Drouot. Os manifestantes acusam os "capitalistas burgueses" de estarem lucrando com os últimos resquícios deixados pelo escritor e poeta Breton. Eles também criticam o governo por não ter adquirido os bens. A filha de Breton, que tem mais de 70 anos, foi quem colocou os bens à venda depois de alegar que não conseguia mais cuidar do legado e porque seus pedidos de ajuda ao Estado para preservá-los não deram em nada.

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