Academia elege ocupante da cadeira de Celso Furtado

O cientista social Hélio Jaguaribe é o favorito a ocupar a cadeira número 11, na eleição de hoje na Academia Brasileira de Letras

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Academia Brasileira de Letras vai eleger hoje, às 16 horas, o novo membro que ocupará a cadeira número 11, que pertenceu ao economista Celso Furtado. A escolha deve ser uma das mais tranqüilas dos últimos tempos. O cientista social Hélio Jaguaribe concorre com mais três candidatos (os escritores Marco Aurélio Lomônaco Pereira e Paulo Hirano e o jornalista Nelson Valente), mas segundo imortais experientes, deve receber pelo menos dois terços dos 38 votos. Isso nas projeções mais conservadoras. Jaguaribe é autor de 20 livros, co-autor de outro tanto e se candidata pela terceira vez. Nas duas primeiras, concorreu com o escritor Paulo Coelho para a vaga que havia sido do economista Roberto Campos. A eleição, em março de 2002, em que também concorria o diplomata Mário Gibson Barbosa, não teve vencedores, pois nenhum dos três conseguiu os 19 votos necessários então para se eleger, mesmo tendo havido quatro escrutínios. No segundo pleito, Gibson Barbosa retirou-se e Paulo Coelho recebeu 22 votos, uma diferença pequena e animadora para quem perdeu, no entender dos outros imortais. No fim das contas, Jaguaribe acha que foi até melhor deixar para ocupar a cadeira número 11. "Fico feliz de ocupar a vaga que foi de Celso Furtado, um grande amigo e um intelectual que sempre admirei. Não tinha intenção de concorrer de novo, mas decidi quando me contaram que ele dizia que, se morresse antes de mim, gostaria de me ver em seu lugar", contou Jaguaribe ao Estado. "Tenho apoio dentro da Academia, cumpri os rituais de visitar os imortais e mandar a eles meus livros, mas não quero adiantar sequer se estarei eleito amanhã. Estarei em casa esperando o resultado e, se me aceitarem, receberei os acadêmicos com o maior prazer." Aos 82 anos, Jaguaribe tem uma longa história como pensador e professor. Considera Estudo Crítico da História, publicado em dois volumes pela editora Paz e Terra, sua principal obra e, apesar de não ser um político de carreira, foi ministro de Ciência e Tecnologia no governo do presidente Fernando Collor.

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