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ABL elege hoje novo imortal

Historiador José Murilo de Carvalho e publicitário e empresário Mauro Salles são os favoritos à vaga deixada por Rachel de Queiroz

Por Agencia Estado
Atualização:

Ainda sob o impacto da última eleição, que terminou sem o substituto do professor Marcos Madeira, a Academia Brasileira de Letras (ABL) escolhe hoje quem vai para a vaga deixada pela escritora e jornalista Rachel de Queiroz, que morreu em novembro. Desta vez há dez candidatos, mas o pleito polarizou-se entre o historiador José Murilo de Carvalho (vencedor do último prêmio Casa de las Américas) e o publicitário e empresário Mauro Salles (conselheiro na criação da Ambev). Seria uma disputa entre a vida acadêmica, representada por Carvalho, e o mercado, na figura de Salles? Os acadêmicos se dividem. O presidente da ABL, o poeta Ivan Junqueira, garante que a polarização não passa por esse critério, mas outros imortais, que preferem o anonimato, admitem que o debate é esse. O certo é que, dos outros inscritos (Yeda Octaviano, Júlio Romão da Silva, Felisbelo da Silva, Domingos Pellegrini, Benedicto Monteiro, Francisco Silva Nobre e Nelson Valente) apenas o jurista e constitucionalista Paulo Bonavides rouba votos dos dois e todos reconhecem que Salles e Carvalho são nomes excelentes para completar o quadro da Casa de Machado de Assis. O que dificulta ainda mais a escolha. Carvalho chega com uma extensa produção como historiador, numa fase em que esse ramo da literatura está sem representante na imortalidade, e isso lhe dá uma certa vantagem. Sua motivação, além de colocar sua especialidade na Casa de Machado de Assis, é conviver com a pluralidade de pensamentos que existe lá. Sobre suas chances, ele é conservador. "Tenho otimismo moderado." Mauro Salles representa outra linha, tem uma obra literária voltada para a poesia e livros técnicos de jornalismo, publicidade e gestão estratégica. "A missão da ABL é a defesa da língua portuguesa e da cultura brasileira, tarefa a que sempre me dediquei e na qual gostaria de continuar lá dentro", diz ele, que se prepara há cinco anos para a imortalidade, mas só agora sente sua candidatura amadurecida. "Visitei todos os acadêmicos, especialmente aqueles que sabia que não votariam em mim."

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