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Aberta biblioteca de Pablo Neruda

Por Agencia Estado
Atualização:

Uma valiosa biblioteca pessoal do poeta chileno Pablo Neruda, com cerca de 11 mil livros, cartas, manuscritos e outros documentos, será aberta ao público a partir de quinta-feira pela Fundação que leva o nome do Prêmio Nobel de Literatura de 1971. A biblioteca que funcionará próximo à casa "La Chascona", museu pessoal de Neruda, terá 5 mil livros ca coleção pessoal do poeta, 6 mil livros sobre sua obra e 5 mil manuscritos, além de 5 mil cartas, informou o escritor Darío Oses, diretor da bibloteca. Entre as peças valiosas da coleção, um exemplar da Divina Comédia de 1529, um de Dom Quixote de 1617 e as provas de impressão de Os Trabalhadores do Mar (1866), com correções nas bordas feitas por Víctor Hugo. Além disso, inclui a Enciclopédia de Diderot e Dalembert, de 1751, e as Obras Completas de Edgard Allan Poe publicadas em 1895 em Nova York. "É uma coleção que não pode ser avaliada, talvez a maior dedicada a um escritor na América Latina", declarou Ouses. A sede da biblioteca conta com uma sala de leitura, informações computadorizadas e arquivos climatizados para a preservação dos livros, além de áreas de segurança para os manuscritos e cartas. Pablo Neruda (1904-1973) acumulou esta coleção a partir de 1954, ano em que doou à Universidade do Chile sua biblioteca anterior, que também incluía várias obras de muito valor, como uma edição de 1484 de Triunfos e Canções, de Petrarca. O poeta chileno, autor de Canto Geral foi um grande colecionador de livros dos países que visitou ou onde viveu, como ele mesmo afirma em suas Reflexões da Ilha Negra, e seu afã só acabou em 1972, quando regressou ao Chile depois de deixar sua posição de embaixador na França. Darío Oses lembrou que boa parte da coleção que dá vida a esta Biblioteca chegou ao Chile depois da morte de Neruda, em 23 de setembro de 1973, a carga que foi confiscada pelos militares que alguns dias antes haviam derrubado o Governo de Salvador Allende. Oses recordou que Matilde Urrutia (1814-1985), companheira de Neruda que depois da morte do poeta lutou para recuperar seus bens e criar a Fundação, os livros mais valiosos da coleção foram roubados. Poré, segundo Oses, "apesar do saque, obras muito importantes foram salvas."

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