05 de agosto de 2010 | 00h00
Na peça que entra em cartaz hoje no Sesc Consolação, Dueto para Um, Mika troca de lado. Deixa o palco e estreia na direção. Mas continua a defender o que chama de direito à tristeza. "Parece que as pessoas não podem mais sofrer. Existe agora esse discurso de superação, essa apologia da felicidade", diz a atriz.
Mais conhecido dos textos do inglês Tom Kempinski, Dueto para Um detém-se sobre uma situação de perda. Vítima de esclerose múltipla, uma violinista (Bel Kowarick) se vê forçada a abandonar sua carreira no auge. A história verídica da violoncelista Jacqueline du Pré serviu de mote para a peça, que já foi montada anteriormente no Brasil e ganhou versão para o cinema estrelada por Julie Andrews.
O drama ganha forma em seis sessões de terapia entre a concertista e seu psiquiatra (Marcos Suchara). Em cada um dos encontros, médico e paciente travam um embate. Mesmo após ter perdido a capacidade de entregar-se àquilo que mais ama, ela recusa-se a reconhecer a depressão que a acomete. No front oposto, ele mina, pouco a pouco, seus sofismas, fazendo-a entrar em contato com o próprio desamparo.
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