
09 de dezembro de 2010 | 00h00
Além das características peculiares do confronto que o incendiou - o tráfico, a polícia, as milícias, os políticos, uma velha História tipicamente brasileira -, o Rio serve como um microcosmo das divisões sociais, raciais e econômicas do mundo, apenas complicado pela sua geografia nada comum. Discute-se quais seriam as piores favelas do mundo - dizem que as do Haiti e da África do Sul disputariam a medalha de latão - mas todas as favelas são iguais no que elas representam de descaso de um lado e de ameaça do outro. Antigamente, quando quem morava nos morros do Rio vivia pertinho do céu e arma de bandido era navalha, já se falava no que aconteceria quando os morros "descessem".
O temor, explícito ou implícito, é de todo o mundo. Mas enquanto a invasão não vem, ou só vem de vez em quando, a rotina prevalece e a vida segue seu curso.
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