A Revolução Constitucionalista de 1932, uma revolta nacional

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Por Agencia Estado
Atualização:

José Alfredo Vidigal Pontes mostra que ela não foi um luta apenas paulista, mas um confronto brasileiro entre a democracia e o autoritarismo. E mais: a identidade brasileira, em oito ensaios inéditos; a história dos coronéis do nordeste; as notas e crônicas irreverentes de Telmo Martino... O Brasil em armas, em defesa da democracia. A Revolução Constitucionalista de 1932 é quase sempre mostrada, mesmo na História que se aprende na escola, como uma rebelião de paulistas. Só de paulistas. Não é verdade. De fato, foi no território de São Paulo que se desenrolaram os fatos mais marcantes da maior guerra civil brasileira. Mas não era um conflito exclusivamente de São Paulo contra a União. Era um confronto ideológico entre a democracia e o autoritarismo cujo palco principal, por diversas razões relatadas agora no livro 1932/ O Brasil se revolta ? O caráter nacional de um movimento democrático, ficou restrito a São Paulo. Fundamentado em farta documentação, parte dela levantada no exterior, José Alfredo Vidigal Pontes demonstra que a chamada "revolução paulista" foi antes de tudo uma revolta nacional, habilmente sufocada por Getulio Vargas. O autor, formado em História na USP, trabalha desde 1975 com pesquisa histórica, tendo publicado diversos estudos sobre a história da cidade e do Estado de São Paulo. Foi pesquisador do Departamento de Patrimônio Histórico da Prefeitura de São Paulo. Atualmente é o responsável pelo Acervo Cultural do jornal O Estado de S. Paulo. O livro (206 páginas, R$ 40,00), a mais recente edição da Terceiro Nome, em parceria com O Estado de S. Paulo, mereceu o patrocínio, com base na Lei Rouanet, da Nossa Caixa e da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). A apresentação é do jornalista Ruy Mesquita Filho. A Terceiro Nome é uma editora cujo tema principal é o Brasil. As regiões do Brasil. As flores, as danças, as festas, a história do Brasil. As raízes sociais e culturais do Brasil. A visão brasileira sobre questões mundiais, como a primeira guerra e os centros das grandes metrópoles. A arte brasileira, os artistas brasileiros. A censura, o cangaço, os movimentos messiânicos e a guerra de guerrilhas no Brasil. MUITAS PERGUNTAS SOBRE A ÁGUA. INQUIETANTES, QUASE TODAS. Um livro repleto de perguntas inquietantes. Como estas, por exemplo: Será que uma guerra pela água perturbará o planeta ainda neste século? Por que estão aumentando tanto os desertos? Em Água (Ediouro, 424 páginas, R$ 42,90), o jornalista canadense Marq de Villiers analisa essas e outras questões. Ele, que percorreu o mundo em busca de respostas, descreve os cenários, as cores e os movimentos de cada lugar por onde passou e apresenta um diagnóstico comentado do futuro do nosso mais precioso recurso natural. A água é, sabidamente, a força da vida e seu nutriente. No entanto, os recursos hídricos da Terra a cada dia tornam-se mais escassos. Somente um terço das águas que fluem para o mar é acessível aos homens. Dessa quantidade, a maior parte já foi usada, apropriada e, finalmente, degradada. Marq de Villiers, ex-editor do Toronto Life, fez da água a sua maior preocupação, e não apenas uma questão técnica a ser estudada através de tabelas e medidas. Seu livro, premiado na Espanha e Canadá (vencedor do Governor General´s award), é o resultado de mais de trinta anos "coletando amostras de água" em todas as partes do mundo. Villiers passou por rios do deserto africano e observou a diminuição progressiva de suas vazões. Acompanhou os meandros do Eufrates, ao longo das regiões que abrigam culturas milenares, e apreciou o cortejo contínuo de icebergs na Terra Nova, tecendo considerações sobre o degelo dessas montanhas, conseqüência provável da elevação da temperatura na Terra no decorrer dos anos. Ao combinar relatos e impressões de sua passagem pelos diversos cantos do mundo, descrevendo minuciosamente as cores e gentes, o jornalista constrói uma narrativa tão suave quanto reveladora sobre uma questão que envolve o futuro da própria humanidade. EM DISCUSSÃO, A IDENTIDADE DO BRASIL. UM LIVRO DA BERTRAND. Uma coletânea organizada por Geraldo Pieroni e Cláudio DeNipoti, os dois professores de História da Universidade de Tuiuti, no Paraná. Nela estão oito ensaios inéditos assinados por grandes pensadores brasileiros. O livro Saberes Brasileiros ? Ensaios sobre identidades (Séculos XVI a XX), que acaba de ser lançado pela Bertrand Brasil, é o resultado de um longo trabalho de reflexão coletiva, girando em torno dos complexos e fascinantes processos de formação das identidades de um país com uma diversidade sociocultural tão acentuada quanto o Brasil. Através de textos originais e investigativos, os autores procuraram desvendar os inúmeros caminhos que foram trilhados para dar origem a uma nação que se divide entre a miséria do sertão e os condomínios de alto luxo. Fundamentado em pesquisas acadêmicas, o livro traça uma análise histórica ? sempre se relacionando com várias outras áreas do saber (como antropologia, sociologia, filosofia e psicanálise) ? das diferentes construções de identidades no Brasil. Mas Saberes Brasileiros (272 páginas, R$ 39,00) mostra que não há como se aprofundar nesse tema sem se referir às artes e ao pensamento social. A literatura, a música e a filosofia são representações fundamentais tanto para manifestar a identidade de um povo quanto para fazer com que ela esteja em constante formação. OS TEMIDOS CORONÉIS DO NORDESTE, EM EDIÇÃO REVISTA E AMPLIADA. As histórias de coronéis temidos no seu tempo. Homens-lenda que ainda hoje percorrem a imaginação de muitas cidades. Em Coronel, coronéis: apogeu e declínio do coronelismo no Nordeste, lançado pela primeira vez há mais de quarenta anos, Marcos Vinicios Vilaça e Roberto Cavalcanti de Albuquerque apresentam quatro desses personagens que marcaram a política do seu tempo no Alto Sertão e no Agreste de Pernambuco. O livro acaba de chegar à quarta edição. Agora revista e ampliada. Em Coronel, coronéis (Bertrand Brasil, 208 páginas, R$ 29,00), escrito a partir de um trabalho de campo realizado em 1963, os autores mostram o processo de ruptura das estruturas e modos de exercício do poder do coronelismo, fenômeno importante na organização rural do Nordeste até meados do século XX. AS MAIS BELAS (E MARCANTES) HISTÓRIAS DA BÍBLIA. EM EDIÇÃO DE LUXO. Uma seleção das melhores histórias da Bíblia, do Velho e do Novo Testamento. Todas ilustradas. São mais de trezentas. Em Bíblia Sagrada ? Histórias Ilustradas estão, entre outros relatos curtos, a criação de Adão e Eva, a desobediência do primeiro casal, a destruição de Sodoma e Gomorra, a barca de Noé e os dias do dilúvio, José e seus irmãos, o nascimento de Jesus e suas andanças pela Galiléia. O livro (Sociedade Bíblica do Brasil, 399 páginas, R$ 29,80), publicado originalmente pela Scandinavia Publishing House, circula hoje pelo mundo em mais de 65 idiomas. Mais de três milhões de exemplares já foram vendidos, segundo os editores brasileiros. As ilustrações são do pintor José Pérez Montero. UM RETRATO APIMENTADO DOS ANOS 70 E 80. CRÔNICAS DE TELMO MARTINO. A irreverência é a principal qualidade de Serpente Encantadora, de Telmo Martino. O jornalista até se permite, ocasionalmente, algum elogio para celebridades merecedoras. Em geral, porém, dispensa a todos ? artistas, políticos, esportistas, escritores ? a mesma malícia. Essa atitude ferina faz com que tenha um lugar de distinção na crônica social brasileira. Serpente Encantadora (Editora Planeta, 336 páginas, R$ 39,90) é um testemunho de sua independência. E é também ? e principalmente ? um apimentado retrato das artes, da sociedade e da política brasileiras nos anos 70 e 80. O livro reúne as colunas que Martino escreveu no Jornal da Tarde, de São Paulo, entre 1975 e 1985. Alguns personagens satirizados nesses textos já caíram no esquecimento. A maioria, porém, continua em evidência, garantindo a atualidade do livro. Entre os muitos personagens das páginas de Serpente Encantadora estão, por exemplo, Zé Celso Martinez Correa, Fernando Henrique Cardoso, Vera Fischer, Regina Duarte, Glauber Rocha e Paulo Salim Maluf. Uma outra marca do livro: a capa é do cartunista Jaguar, carioca como Telmo Martino e, com ele, também mestre da irreverência.

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