
03 de dezembro de 2010 | 10h03
Numa direção centrada na atuação dos atores, David Fincher (Clube da Luta), deixa de lado os efeitos especiais e o drama arrastado de seu último filme, "O Curioso Caso de Benjamin Button". Em "A Rede Social", a magia fica por conta das palavras, uma verborragia intensa prende a atenção ao longo das duas horas de produção. São as ideias que guiam o filme através dos flashbacks, recurso que garante o dinamismo da trama.
Inspirado no livro "Bilionários por Acaso", de Ben Mezrich, o longa parte do momento em que, irritado com o fora de uma namorada, Zuckerberg, interpretado com muita consistência por Jesse Eisenberg, programa um site em que o internauta pode escolher, entre duas fotos, qual universitária é mais gostosa. A brincadeira, que envolve hackear o sistema da instituição, recebe 22 mil acessos em apenas duas horas, causando congestionamento na rede da universidade de Harvard.
Prepotente, blasé e dono de um humor cáustico, Zuckerberg pede que a faculdade reconheça que ele errou, mas sua ação expôs a fragilidade da rede do câmpus. A atenção que ganha com o caso atrai os irmãos Cameron e Tyler Winklevoss (Armie Hammer), que convidam o programador para criar uma rede social exclusiva para alunos de Harvard.
A partir desse momento, as etapas do crescimento do Facebook passam a ser contadas por meio de duas audiências judiciais. Em todas, Zuckerberg está sentado no banco dos réus. De um lado está o cofundador do site e ex-melhor amigo de Zuckerberg, o brasileiro Eduardo Saverin, (papel de Andrew Garfield, ator que dará vida ao próximo Homem-Aranha), que exige retomar seu lugar na empresa. Do outro, os Winklevoss que alegam que o estudante roubou a ideia deles de criar o site. Além dos problemas judiciais, a trama destaca a participação do apimentado Sean Parker (Justin Timberlake), um dos criadores do Napster, na decolada do site.
Muito além da proposta de mostrar o surgimento de uma ferramenta de internet, o longa elabora um retrato de toda uma geração, que se relaciona por meio de sites, mas não é capaz de manter vínculos no mundo real. Antissocial convicto, Zuckerberg, atualmente é o 35º homem mais rico dos Estados Unidos. As informações são do Jornal da Tarde.
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