24 de maio de 2012 | 03h11
Bernardo Bertolucci, um dos maiores diretores do mundo, vencedor de uma Palma de Ouro honorária em 2011, veio de cadeira de rodas para a coletiva de Io e Te. Uma rampa foi construída para facilitar seu acesso à sala de coletivas. Paralítico após operação mal sucedidas na coluna, ele próprio ironiza - após tantos travelings em seu cinema, virou o homem/traveling. O cinema lhe permite se reinventar, evitar a amargura.
Io e Te é sobre dois meios-irmãos. Ele se esconde, ela se droga. Jacopo Olmo Antinmorti pode ser nome longo (e complicado) demais para um jovem ator, mas o garoto é bom. Tea Falco, que faz a irmã, é deslumbrante - tanto quanto outra jovem descoberta de Bertolucci, a Liv Tyler de Beleza Roubada. Como Walter Salles, Bertolucci fez Io e Te num estado de 'improvisação permanente', permitindo aos atores recriarem o diálogo que escreveu com mais três colaboradores, incluindo o autor do livro em que se baseia, Niccolò Ammaniti. Filho de poeta, ele admite que lhe interessa, cada vez mais, em fazer poesia com a câmera. Io e Te é a prova de que isso é possível. / L.C.M.
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