A peça BR3 pode suspender temporada antes do fim

A empresa TransRio não vai mais arcar com o patrocínio da montagem do Teatro da Vertigem cujo ?palco? é o Rio Tietê

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Por Agencia Estado
Atualização:

Um dos mais relevantes e grandiosos espetáculos teatrais em cartaz na cidade corre o risco de interromper sua temporada por falta de apoio financeiro - BR3, montagem do Teatro da Vertigem dirigida por Antônio Araújo, cujo ?palco? é o Rio Tietê. Nesse espetáculo, atores e público fazem um percurso de 4 quilômetros pelas águas do Tietê. Justamente aí reside o problema. Andrelino Novazzi Neto, diretor e sócio majoritário da empresa TransRio, que desde os ensaios deu apoio ao grupo, afirma que não pode mais continuar arcando com os custos desse patrocínio. ?São R$ 85 mil mensais, sem tirar daí qualquer lucro e sem contar despesas administrativas, o que subiria para R$ 117 mil - e o Vertigem consegue pagar R$ 25 mil mensais?, disse ao Estado. O espetáculo utiliza o barco Almirante do Lago, o rebocador Iracema, 3 botes e 4 plataformas. Segundo Novazzi, a TransRio disponibiliza ainda 12 funcionários, entre mecânicos e marinheiros. ?Muita coisa foi feita para diminuir custos, os atores aprenderam a pilotar os barcos, o Vertigem conseguiu dois motores?, diz. ?A possibilidade de suspensão do espetáculo me dói no coração, mas não é possível que eu, um pequeno empresário, tenha que bancar isso sozinho. Só o Andrelino? Será que não existem outros patrocinadores? Eu tenho o maior prazer de estar com o grupo e gostaria de manter esse apoio, mas não posso.? Na primeira reportagem publicada no Estado sobre a montagem, no dia 24 de novembro de 2005, o diretor Antonio Araújo fez questão de agradecer a ação da TransRio, que junto com o Programa de Fomento ao Teatro eram os únicos apoiadores até aquele momento. ?Não tínhamos um contrato de patrocínio assinado, sempre trabalhamos no reino da precariedade legal?, diz Antonio Araújo. Se ocorrer a interrupção da temporada, além de perderem, e muito, o público, a cidade e o teatro, haverá outras implicações. ?Temos um patrocínio da Petrobrás para três meses de temporada. Se formos obrigados a parar agora, além da imensa frustração, nosso desejo seria fazer o máximo de apresentações possível, ainda teremos mais um problema: a quebra de acordo contratual. Sem contar o contrato com atores e equipe técnica, cerca de 60 pessoas?, lamenta Antônio Araújo.

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