A loucura contra o dever em 13 Assassinos

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Por AE
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Treze samurais, sozinhos, contra um exército de 200 homens armados. Da improbabilidade, esperança e coragem nasce o mais novo longa do genial diretor japonês Takashi Miike, que tem como um de seus maiores fãs o celebrado cineasta Quentin Tarantino. Em 13 Assassinos, sangue, suor e lama espalham-se por belas paisagens do Japão em pleno século 19.Miike, com sua curta e prolífera carreira (ele começou nos anos 90, mas já rodou mais de 80 filmes), construiu prestígio com filmes de forte impacto, como por exemplo o extremamente violento Ichi - O Assassino, de 2001. Ele está acostumado a chocar e fazer estômagos sensíveis se revirarem com esguichos de sangue, mortes cruéis e estupros. Mas, neste longa, indicado ao Leão de Ouro no Festival de Veneza de 2010, a violência ganha tons poéticos. Trata-se de um remake do homônimo de 1963, baseado numa lenda nipônica em que, assim como os espartanos do rei Leônidas contra os milhares de soldados persas, ou os bíblicos Davi e Golias, mostra o sacrifício de poucos em uma guerra desigual. Não há indícios, no entanto, sobre a veracidade da história dos assassinos. Como bom Jidaigeki, gênero de filme que retrata um japão feudal antes da Era Meiji, o longa apresenta uma sociedade guiada por honra e dever. A morte não é temida, desde que venha como sacrifício. No código de conduta dos samurais, deve-se fazer tudo pelo mestre, sem questionar. O começo do filme é onde Miike mostra seu lado traiçoeiro, ao colocar na tela uma jovem mutilada (sem mãos, pés e língua), nua e magra, filha de um chefe de uma pequena vila no interior do país. Com um pincel na boca, ela tenta escrever. "Massacre total", imprime, com tinta, lágrimas e sangue. A crueldade é obra de Lorde Naritsugu, homem em ascensão que em breve estará em posição alta o suficiente para levar o Japão a uma guerra civil. Considerado intocável, ele mata, estupra, esquarteja. Naritsugu é provavelmente um dos mais cruéis vilões do cinema contemporâneo, dono de uma maldade ensandecida, desprovida de discernimento. Para tentar detê-lo, o honrado samurai Shinzaemon Shimada deve planejar uma emboscada e aniquilar Naritsugu e sua trupe. Nesta missão secreta, ele chama outros 11 assassinos dispostos a darem sua vida pela paz - no caminho, eles encontram o selvagem (e divertido) Koyata, que completa o seleto grupo de 13 assassinos.As informações são do Jornal da Tarde

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