A explosão de um grande filme nacional

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Por Redação
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Foram experiências raras no Festival do Rio. Viscerais - engatilhar Pietà, de Kim Ki-duk, com Marina Abramovic - Artista Presente, de Matthew Akers, e chegar a A Busca, de Luciano Moura, na Première Brasil. A transcendência do autor coreano, a expiação da dor pela artista iugoslava e a máscara de Wagner Moura no filme brasileiro. Apesar do sobrenome, Wagner e Luciano não têm outro parentesco que não a arte. Wagner já ganhou o Redentor de melhor ator por Os VIPs. O júri talvez não queira que ele repita o prêmio, mas será injusto. Dificilmente surgirá outro filme tão bom quanto A Busca na seleção deste ano. Mais difícil ainda é que surja outro ator melhor que Wagner.Você seria capaz de jurar que o grande papel de Wagner Moura é o Nascimento de Tropa de Elite, 1 e 2. Não é. No começo de A Busca, o mundo do protagonista implodiu. Ele se separou, não tem diálogo com a ex-mulher (Mariana Lima, poderosa e frágil) nem com o filho. A casa construída para a família está sendo desmontada (e colocada à venda). O filho desaparece, cai no mundo. O pai inicia sua jornada de (auto)entendimento atrás dele. Reconstrói seu mundo? Talvez.A Busca não se assemelha a nenhum outro filme. Tem distribuição da Downtown e deve estrear em março do ano que vem. Num ano que está difícil - em números - para o cinema brasileiro, seria interessante se o filme de Luciano Moura entrasse logo em cartaz. Toda a expectativa de melhora neste final de 2012 está voltada para Gonzaga - De Pai pra Filho, de Breno Silveira, um filme grande, e belo, sobre a difícil relação entre um pai e seu filho. A Busca é 'menor', num certo sentido. Os protagonistas não são Luiz Gonzaga, o Gonzagão, e Gonzaguinha, mas a universalidade é tudo. Será uma revolução se o pouco (anti?) espetacular A Busca estourar, como merece. / L.C.M.

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