"A Estufa" une arte tribal e contemporânea

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Para estabelecer um diálogo entre antigas esculturas africanas recolhidas durante mais de 30 anos pelo colecionador Christian Heymès e a arte contemporânea, a curadora Maria Alice Milliet escolheu as obras de três artistas brasileiros: o capixaba José Carlos Vilar - que expõe pela primeira vez em São Paulo -, Edgar de Souza e Caíto. Essa interessante reunião pode ser vista na exposição que será inaugurada amanhã no espaço A Estufa, na Vila Madalena. Segundo Maria Alice Milliet em seu texto para a exposição, a "escultura tribal deixou de ser vista apenas como objeto de interesse etnográfico para ser apreciada esteticamente" somente a partir do modernismo. Para tanto, ela cita o contato que artistas como Picasso, Brancusi e Modigliani tiveram com máscaras e esculturas africanas e, desse modo, começaram a trabalhar um novo tipo de representação. Agora, para tratar da arte contemporânea, Maria Alice disse que partiu do princípio de que os artistas de hoje trabalham com a fragmentação e alusão ao corpo ao mesmo tempo em que se pode perceber a redução formal. "Na arte contemporânea, raramente se vê a representação integral do corpo." Caíto faz esculturas fundidas em bronze que são como entranhas; Edgar de Souza mostra peças que são como gotas e que remetem aos "fluidos do corpo"; e José Carlos Vilar, professor da Universidade Federal do Espírito Santo, trabalha com esculturas em ferro e madeira em formas geométricas, "forte alusão à arte africana", como diz a curadora. Além de todos esses conceitos, a exposição também é uma oportunidade para se entrar em contato com as tantas obras trazidas da Nigéria, Costa do Marfim, e Oceania pelo francês Christian Heymès. Como lembra Maria Alice, há interessantes obras como a intitulada Altar, que configura o masculino e o feminino. Representação Humana. A Estufa. De segunda a sexta, das 9 às 18h30; sábado, das 10 às 13h30. Rua Wisard, 53, em São Paulo. tel. (11) 3814-2300. Até 21/12. Abertura amanhã, às 20 horas.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.