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A estréia "macabra" de Cristina Bonna

A atriz morre no primeiro capítulo de sua primeira novela na Globo. Mas a participação dela em Mulheres Apaixonadas, de Manoel Carlos, poderá crescer por meio de flashbacks

Por Agencia Estado
Atualização:

-"Alô, é a Cristina?" - "Sim". - "Oi, aqui é da TV Globo, estou ligando para dizer que você foi selecionada para fazer a próxima novela das oito" - "Meu Deus, não acredito! E que papel vou fazer?" - "O de Isabel, que morre no primeiro capítulo". O diálogo acima pode até parecer brincadeira, mas aconteceu com a atriz Cristina Bonna, de 38 anos, que em sua primeira novela na Globo irá aparecer já morta. "Serei imortalizada na TV Globo", brinca a atriz que será Isabel, mulher de César (José Mayer), na novela Mulheres Apaixonadas, de Manoel Carlos, que irá substituir Esperança no horário das 20h a partir de fevereiro. No primeiro capítulo da trama, gravado há duas semanas no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro, Cristina aparece no caixão, com a cara pintada de branco e as unhas de roxo. "Dois dias antes estive na Globo e a camareira veio tirar minhas medidas. Aí perguntei: "Para quê, para fazer o caixão sob medida?´", conta ela, divertida. O que pode parecer horripilante para a maioria das pessoas - deitar-se num caixão em vida -, foi o de menos para a atriz. "O pior foi ter de ficar sem respirar com algodão dentro do nariz. Aquilo sim me dava a impressão de estar sendo enterrada, principalmente porque tinha de ficar com os olhos fechados". Para piorar ainda mais a sensação, a cena foi gravada debaixo de chuva. "A água ia molhando meu rosto, o algodão ia ficando encharcado e eu tendo de ficar quietinha como uma morta". A "tortura" de sua estréia durou seis horas. A "interpretação" de Cristina tomou muito tempo das gravações. "Tinha de trancar a respiração o máximo que conseguisse, não podia abrir a boca nem respirar pelo nariz. Quando não agüentava mais, a cena tinha de ser interrompida". Mas outros fatores, "mais macabros", também colaboraram para o atraso. Durante as filmagens, três enterros de verdade aconteceram no cemitério, o que fez com que a equipe tivesse de interromper as gravações até os cortejos passarem. "Além disso, tinha uma galinha preta com uma fita amarrada num dos pés rodeando as filmagens. Ninguém teve coragem de espantá-la porque com macumba não se brinca", conta a atriz, que ri da situação mas confessa que ao voltar para São Paulo, onde mora, tomou um banho de sal grosso. "Não sou supersticiosa, mas nunca se sabe". Com tantas histórias para contar, Cristina não está preocupada com fato de sua estréia na Globo ser por meio de uma personagem que já está no além. "Fui contratada pela novela inteira e vou receber durante todo este período. Também gravei duas cenas de flashback em que César (José Mayer) e o filho Rodrigo (Leonardo Miggiorin) se lembram de Isabel. Acho que para uma morta vou aparecer bastante". Cristina acredita que sua personagem pode crescer. "Claro que ela não vai voltar à vida. E o que se sabe até agora é que morreu de câncer. Mas acho que o Manoel Carlos pode até inventar um mistério acerca de minha morte", aposta.

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