A dança forte e esportiva de Deborah Colker chega a SP

A coreógrafa apresenta "Dínamo", ´filhote´ de "Maracanã", feita para a Copa do Mundo, e reestréia a também esportiva "Velox", no Teatro Sergio Cardoso

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Por Agencia Estado
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Há 13 anos na estrada, a Cia. de Deborah Colker ganhou o público brasileiro e o internacional. Sua fama atravessou fronteiras, o que lhe rendeu o prêmio máximo das artes cênicas da Inglaterra, o Lawrence Olivier, além de apresentações em diversos lugares, como Cingapura, por exemplo. A Fifa escolheu a coreógrafa brasileira para criar um espetáculo especialmente para a Copa, que resultou em "Maracanã". Recentemente, os diretores do Cirque du Soleil a convidaram para conceber um novo espetáculo para a trupe. A chave do sucesso? Deborah se orgulha em dizer: ?Sem a presença fiel do público, eu não teria chegado até aqui.? Não é para menos. No Rio, ela bateu recordes: uma temporada de três meses no Teatro João Caetano, com 68 mil pessoas sentadas na platéia. Ao longo destes anos, de acordo com a produção do grupo, Deborah Colker arrastou para os teatros de diversos cantos do mundo 1,6 milhão de pessoas. No primeiro semestre, enquanto o grupo formado para "Maracanã" se apresentava na Alemanha, a companhia excursionou por 50 dias pelo Reino Unido com Nó. ?Foi um luxo ter dois trabalhos em cartaz, ao mesmo tempo, na Europa.? Agora é a vez de São Paulo aumentar esses números. A partir desta sexta-feira, o público poderá vibrar com os movimentos ágeis e com toda a energia da companhia, que estréia "Dínamo" e reapresenta "Velox". "Dínamo" também trabalha a temática do futebol, seria um filhote de "Maracanã". ?A Fifa encomendou um espetáculo para ser apresentado durante a Copa, com bailarinos estrangeiros. ´Dínamo´ é mais enxuto, trabalho com os bailarinos da companhia e fecho o ciclo com ´Velox´, uma coreografia que também foi inspirada nos esportes?, diz Deborah. O cenário de "Dínamo" é um campo de futebol contínuo, imaginário, feito com grafismos, começa no piso e se estende para a parede. A coreografia se passa na horizontal e na vertical, ou melhor, no ar, com bailarinos presos por cabos. Sempre trabalhando com deslocamentos. Usando sapatilhas de ponta e um meião de futebol, Renata Versiani dança com tamanha desenvoltura de dar inveja a Ronaldinho Gaúcho. Também é interessante comparar os dois momentos da companhia com Dínamo e Velox, de 1995. ?Apresentar as duas coreografias significa fechar um ciclo, as duas coreografias abordam os esportes. Nas duas eu busco uma relação diferente entre movimento e espaço.? Para Deborah, um dos aspectos importantes do espetáculo está na comunicação direta com o público. ?Acredito que a coreografia deva estabelecer um diálogo com as pessoas, cause impacto e para que isso aconteça é preciso não perder de vista a emoção. Emoção e energia é o que não falta na coreografia, além de um toque de humor. Treino Os bailarinos da cia Deborah Colker encaram duas horas de aulas de balé clássico e depois exercícios específicos - para fortalecer a musculatura - que variam de acordo com a coreografia a ser apresentada. Todas as coreografias surgem de experimentações, com o apoio dos bailarinos. Curiosidades ?Quando montei a companhia, minha mãe não gostou. Achou que dança contemporânea não ia dar em nada. Na verdade, ela queria me convencer a montar uma academia de dança de salão. Minha mãe é fã de Carlinhos de Jesus e o seu sonho era me ver dançando como ele. Imagine se eu tivesse seguido esse conselho?!? Celebridades ?Meu público é eclético. Tem muitos jovens, pessoas sofisticadas e também pessoas simples. Guy Darmet, o curador da Bienal de Dança de Lyon, assistiu ´Velox´ e me convidou para participar da Bienal, na França. Outra figura ilustre, que me deixou surpresa e muito feliz com a presença, foi o escritor Luis Fernando Verissimo. Um homem super culto e super recluso, foi ao teatro para ver a companhia. É o máximo!?. Deborah Colker. 70 min. Teatro Sergio Cardoso. R. Rui Barbosa, 153, (11) 3288-0136. 4.ª a sáb., 21h; dom., 18h. R$ 60. Patrocínio Petrobras

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