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"A Casa das Sete Mulheres" estréia amanhã

Minissérie escrita por Maria Adelaide e Walther Negrão, remete à Guerra dos Farrapos no Brasil do século 19, e traz Giovanna Antonelli, como a lendária Anita Garibaldi

Por Agencia Estado
Atualização:

Além das telenovelas, outra grande especialidade da "Rede Globo" são os épicos históricos contados na forma de minissérie. Basta citar algumas superproduções muito bem-feitas, como O Tempo e o Vento e Memorial de Maria Moura. Agora, as apostas recaem sobre A Casa das Sete Mulheres, minissérie dirigida por Jayme Monjardim e escrita por Maria Adelaide Amaral e Walther Negrão, que estréia amanhã na emissora. A epopéia, baseada no romance homônimo da escritora Letícia Wierzchosksi, narra o cotidiano de sete mulheres, que precisam sobreviver sozinhas quando os homens da família abandonam o lar para lutarem na Guerra dos Farrapos (travada no sul do Brasil, em meados do século 19). Enquanto os farroupilhas se voltam contra o império brasileiro, na tentativa de emancipar o Rio Grande do Sul do restante do País, elas permanecem confinadas na estância da Barra, propriedade de uma das mulheres. O líder da revolução e membro dessa família, Bento Gonçalves, acredita que assim elas ficarão seguras de todo e qualquer perigo. No entanto, o grupo não conseguirá escapar das dificuldades e privações provocadas pela guerra. O que não as impedirá também de sonhar e se entregar às paixões - na maioria das vezes, proibidas. Apesar de essas sete mulheres (vividas pelas atrizes Bete Mendes, Nívea Maria, Eliane Giardini, Daniela Escobar, Camila Morgado, Samara Felippo, Mariana Ximenes) desempenharem papéis fundamentais na trama, a autora Maria Adelaide conta que a Guerra dos Farrapos não será contada apenas sob a ótica feminina. "Na verdade, a guerra enfocada sob o ponto de vista delas está muito mais no romance do que na minissérie. Trata-se de um ponto de vista muito atraente, mas não fornece matéria para 52 capítulos", ela afirma. Segundo a autora, a história lhe caiu nas mãos por acaso. Em abril do ano passado, ela recebeu da diretora editoral da "Record", Luciana Villas-Boas, o livro A Casa das Sete Mulheres, com a observação de que o "romance daria uma boa minissérie". "Na época, eu estava envolvida com O Capitão Mouro, que acabou sendo adiado quando Denise Sarraceni foi dirigir a novela das seis. O projeto era dela", recorda Maria Adelaide. "Coincidiu que o Jayminho Monjardim queria dirigir uma minissérie e me ocorreu de sugerir A Casa das Sete Mulheres, idéia que foi imediatamente aceita." Quem acompanhar a minissérie verá personagens ficcionais transitando na telinha lado a lado com personagens verídicos. Na realidade, os autores acabaram agregando elementos ficcionais aos próprios personagens históricos. "Bento Manuel foi o grande antagonista de Bento Gonçalves na vida real e na minissérie será mais, por ser apaixonado por Caetana, mulher de seu rival", comenta. Eles vão adquirir os rostos famosos de um elenco de primeira linha global, com direito ao galã Thiago Lacerda, na pele do revolucionário italiano Giuseppe Garibaldi, e à nova queridinha da TV, Giovanna Antonelli, como a lendária Anita Garibaldi. Mesmo mesclando realidade e ficção, Maria Adelaide e Walther Negrão contaram com consultorias especializadas no assunto para não derraparem em datas e fatos. Maria Adelaide Amaral, por exemplo, recorreu algumas vezes, por e-mail, ao escritor e cineasta Tabajara Ruas. Autor de livros como Netto Perde Sua Alma e Varões Assinalados, nos quais aborda a Revolução Farroupilha, Tabajara Ruas apóia esse tipo de preocupação dos autores. "Não se pode escorregar em absurdos, o que ocorre com grande freqüência na indústria audiovisual", diz ele. Além de Ruas, apontado por Maria Adelaide como "nosso consultor oficial", a dupla de autores teve a colaboração da pesquisadora Carmen Righetto e dos professores Flávio Aguiar e Sérgio da Costa Franco, sempre que os livros de História e de ficção não conseguiam esclarecer pontos importantes. Para Maria Adelaide, a História do Brasil é uma fonte inesgotável para a dramaturgia. Outros momentos e personagens históricos genuinamente brasileiros que renderiam belas minisséries? "Zumbi dos Palmares, Castro Alves, a Revolução Paulista de 32, Chico Rei, o Rio de Janeiro do final do século 19, com suas extraordinárias figuras, como Olavo Bilac, Paula Nei, Emílio de Menezes, Lopes Trovão, Pardal Mallet, João do Rio, a Guerra dos Emboabas, entre outros."

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