À Beira do Caminho é destaque no Cine PE

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Por AE
Atualização:

Há um momento de À Beira do Caminho, de Breno Silveira, em que Dira Paes, como a ex-mulher de João Miguel, convida o caminhoneiro triste para dançar. Ele teve duas mulheres, a outra morreu e João se sente responsável. Diz que não. O garoto a quem dá carona pergunta: "Pode ser eu?" E dança com Dira. A plateia do Cine PE veio abaixo, aplaudindo em cena aberta. No final, o filme recebeu uma ovação. Há que fazer o registro. Será possível voltar várias vezes ao filme até a estreia, em agosto, mas ter visto À Beira do Caminho em condições impecáveis de som e imagem, como nos foi proporcionado sábado, 28, à noite, após o desastre de quinta-feira, 26, faz toda a diferença. O filme cresce. Se repetirá, em termos de público, o sucesso de Dois Filhos de Francisco, é coisa que será preciso esperar (para ver). Mas não será por falta de qualidades que isso deixará de ocorrer.O Festival do Recife está apresentando uma seleção muito musical. Começou com Breno Silveira e suas canções de Roberto Carlos. Prosseguiu com Paraísos Artificiais, de Marcos Prado, sobre música eletrônica, e O Filho do Holocausto, documentário de Pedro Bial e Heitor d?Alincourt sobre Jorge Mautner. As ficções de Silveira e Dutra são diferentes como os respectivos gêneros musicais. Os temas são os mesmos - pais e filhos, perda e superação, desencontro e reencontro. Silveira é linear, Dutra esculpe o tempo. O primeiro é melhor? Questão de gosto, de escolha - sim. Mas Paraísos estreia logo, e você vai conferir. Há um encontro de Mautner com a filha em O Filho do Holocausto. É emocionante. O filme resgata um artista cuja importância é finalmente redimensionada. O Mautner político, que vê no multiculturalismo do Brasil moreno um caminho para o mundo. Anos após Outras Histórias, Bial retoma a carreira de diretor (em parceria) e acerta de novo. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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