7ª Mostra Mundo Árabe reúne 32 filmes

Retrospectiva em São Paulo mapeia o cinema experimental árabe dos anos 1960 até os dias atuais

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Por Luiz Carlos Merten - O Estado de S.Paulo
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Em 2005, quando houve a primeira Mostra Mundo Árabe, o evento ainda era pequeno e apresentou apenas cinco filmes. Na 7.ª Mostra, que começa hoje para convidados, são 32 títulos e importantes convidados internacionais. A diretora cultural do evento, Soraya Smaili, vê no crescimento - incluindo de apoios, com a incorporação do Centro Cultural Banco do Brasil e do Instituto Moreira Salles - um reflexo do interesse que o mundo árabe provoca, especialmente após o que ficou conhecido como ‘primavera árabe’, no ano passado. As primeiras mostras revelavam um mundo em que tradição e modernidade estavam em choque. O movimento de mudança ainda era subterrâneo, sutil. No ano passado, um filme como Microfone, sobre artistas de rua, já retratava a contestação aberta a regimes repressores. Mas o objetivo, adverte Soraya, nunca foi só documentar a transformação nem supervalorizar a política. Como realização do Instituto de Cultura Árabe, a Mostra tem uma ambição maior. Cinema é cultura, é humanidade, é emoção e, por isso, este ano, paralelamente ao olhar sobre o contemporâneo, a Mostra propõe a retrospectiva Mapeando Subjetividades. Já realizada no MoMA, de Nova York, com curadoria de Rasha Salti - que está em São Paulo -, a retrospectiva mapeia o cinema experimental árabe dos anos 1960 até os dias atuais. São filmes que anteciparam a mudança, arautos do que ocorre hoje, a começar pelo de abertura, esta noite, no Cinesesc, Estrelas em Plena Luz do Dia, de Oussama Mohammad, que integrou a Quinzena dos Realizadores em Cannes, 1988. O filme é sobre casamentos arranjados numa comunidade síria - uma das noivas foge e outra se recusa a casar. Até dia 5, a Mostra Mundo Árabe de Cinema promove exibições e debates - você encontra toda a programação no site www.mundoarabe2012.icarabe.org. Entre os títulos anunciados destaca-se um filme brasileiro - Constantino, de Otávio Cury. Nascido em São Paulo, o cineasta já havia feito Cosmópolis, sobre suas origens sírias e a integração no Brasil. Agora, ele viaja a Homs para decifrar a personalidade de seu bisavô, o jornalista e dramaturgo Daud Constantino Al-Khoury. Outro resgate, Os Três Desaparecimentos de Soad Hosni, de Rania Stephan, investiga a vida da libanesa que foi considerada a maior estrela árabe dos anos 1960 aos 90.

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