50 anos de TV: hora de refletir

Ministro, secretários, jornalistas e acadêmicos encontram-se para debater a trajetória da televisão e prever seus próximos passos

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Por Agencia Estado
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Até agora, os 50 anos de televisão têm sido somente motivo de festa. Mas há muito o que se discutir sobre essa mídia, sem dúvida a que mais influi sobre a sociedade brasileira. Com o objetivo de colocar em conflito a atuação da televisão sobre a cultura brasileira, a Revista Imprensa organizou o 1º Fórum de Cultura Brasileira e Televisão, que acontece nos dias 13 e 14 desse mês. Com apoio da Universidade Anhembi Morumbi, Rede Globo e Canal 21, o evento reunirá jornalistas, acadêmicos, políticos e estudantes interessados em temas como "TV Brasileira e os Cenários Futuros à Luz da Globalização", ou "O Financiamento de Produção Nacional como Objetivo de Aumentar o Mercado de Trabalho", entre diversos outros painéis. "Com esse fórum pretendemos interferir nessa questão. Nem que somente seja um incentivo à discussão", diz Sinval de Itacarambi Leão, um dos organizadores e diretor da Revista Imprensa. Entre os participantes, estarão personalidades como os secretários de Cultura municipal e estadual, Rodolfo Konder e Marcos Mendonça; o presidente da Rede Bandeirantes e Canal 21, João Saad; o produtor Luiz Carlos Barreto; os deputados Aloísio Mercadante (PT) e Celso Russomano (PPB); o apresentador do SBT Gugu Liberato; o diretor de programação da TV Cultura Walter Silveira; e para o encerramento; a diretora de programação da francesa TV 5, Souné Wade, e o ministro da Cultura, Francisco Corrêa Weffort. "Procuramos mediar os debates com políticos, jornalistas e acadêmicos para dar amplitude às questões econômicas e de financiamento cultural", explica Leão. O jornalista prefere separar a prática do fórum em duas vertentes. A primeira forçaria um corte temporal, uma análise sobre a forma como o tema é discutido no Brasil. A segunda tenta prever os cenários futuros desse panorama, com ênfase no lugar da cultura brasileira em tempos de globalização. "Cultura brasileira não como regionalismos, mas como um caldo formado por fatores econômicos, geográficos e históricos, que fazem prevalecer hegemonias intelectuais que ditam aspectos culturais no país", esclarece. A discussão principal do fórum deverá abordar os finaciamentos de produção cultural para televisão no Brasil. Diferentemente dos Estados Unidos e Europa, onde centenas de produtoras independentes recebem apoio e firmam parcerias com finalidade de realizar programas para as grandes emissoras, a televisão brasileira é, maciçamente, a maior produtora de sua própria programação, no caso da TV Globo uma característica herdada da TV Tupi. Leão argumenta que essa atitude é uma torradeira de empregos e economicamente pouco eficiente. "Resta saber se aparecerão capitalistas que acreditem na discussão dessa e outras idéias".

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