24 Horas não é real, diz Departamento de Segurança

Série da Fox é discutida em encontro surreal entre o elenco de 24 Horas e o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos não é o seriado da Fox 24 Horas, diz o secretario do Departamento Michael Chertoff. Ele afirma que não tem uma unidade anti-terrorista bacana e altamente sofisticada como a do programa. Os bandidos não são presos toda hora e nem todo mundo tem casos com seus colegas de trabalho. O relógio parou (piada em relação ao relógio da série), durante o seminário de duas horas que contou com a presença de atores da série, policiais de Washington e apresentador de TV Rush Limbaugh, no qual algumas semelhanças fictícias entre o programa e a campanha de anti-terrorismo do governo foram derrubados. E não era de se estranhar que Mary Lynn Rajskub, que interpreta a expert em tecnologia Chloe O´Brian em 24 Horas, tivesse a sua parte de responsabilidade ao lado daqueles que levam o seriado um pouquinho a sério demais. Eu comecei a representar para evitar a política, assim posso permanecer no mundo da fantasia disse Mary Lynn que se mostrou desnorteada com as questões de o quanto o 24 Horas aponta para a realidade, dizendo que as perguntas sobre a realidade do 24 Horas a estavam tirando do mundo da fantasia. E assim foi este encontro surreal entre Hollywood e Washington patrocinado pelo centro de Estudos Heritage Foundation sobre a imagem da América na Guerra contra o terror. A audiência até incluía na primeira fila um membro da Suprema Corte Clarence Thomas e sua esposa. O astro de 24 Horas Kiefer Sutherland, o agente Jack Bauer não estava lá. Em um paralelo entre a Segurança Interna e a série, Chertoff falou sobre os desafios em ?tentar tomar a melhor decisão em meio a péssimas opções?. Os personagens de 24 Horas enfrentam constantemente situações ?onde não há mágica para resolver o problema, e você precisa pesar o custo-benefício de uma série de alternativas pouco palatáveis?, disse. Isto é o que acontece com a gente todo dia. Limbaugh apimentou o debate abordando como o 24 Horas influencia a percepção do público sobre o contra-terrorismo e como os atores são desprezados pelos liberais de Hollywood por participar no que ele chama de uma série pró-América. Gegory Itzin que interpreta o Presidente Charles Logan diz que ele precisou se defender de pessoas que cobravam "como ele podia viver com o fato de o programa apresentar casos de tortura". E respondeu: "É um show, um programa. Eu interpretei Shakespeare e matei pessoas com uma espada." Mais tarde, Limbaugh voltou a falar sobre a criação do programa dizendo, que o elenco teve sorte com o 11 de Setembro acontecendo logo após a estréia da série. Rapidamente ele se corrigiu e pediu desculpas pela infeliz escolha de palavras. Em outro ponto, apresentou uma sugestão para a representação de um político na série, usar o Congressista Republicano John P. Murtha da Pensilvânia um crítico feroz da administração Bush no Iraque como o chefe da nova KGB. Já David Heyman, um expert em segurança nacional do Centro de Estudos Estratégicos em Washington, disse que a série 24 Horas pode dar ao publico a falsa impressão de quão fácil e rápida seria a batalha contra o terrorismo ou outras ameaças contra o país. James Jay Carafano do Centro Heritage concordou: Se esperarmos até Washington fazer alguma coisa antes de começarmos a salvar vidas, todos nós morreremos.

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