17.ª Bienal do Livro será um megaevento

Pelos cálculos dos organizadores a Bienal receberá em novo endereço uma média de 70 mil pessoas por dia, que vão percorrer 2,5 quilômetros para ver 45 mil livros expostos

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Por Agencia Estado
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Um dos principais temas discutidos nesta segunda-feira, durante entrevista coletiva com os organizadores da 17.ª Bienal Internacional do Livro que está prestes a abrir suas portas, foi a mudança de endereço do evento. A megafeira trocou o extremo norte da linha do Metrô pelo extremo sul e receberá a visita estimada de 70 mil pessoas por dia no Centro de Exposições Imigrantes, cujo acesso mais fácil se dá pela estação Jabaquara. O novo endereço é: Rodovia dos Imigrantes, km 1,5, Água Funda. O site oficial do evento é www.bienaldolivro.com.br. Segundo o presidente da Câmara Brasileira do Livro Raul Weissermann a explicação para mais esta mudança é a necessidade de espaço e conforto para o público, que do dia 25 até o dia 5 de maio, terá que fazer um esforço de maratonista para consultar os 45 mil títulos expostos, conhecer os 1.500 lançamentos, assistir a mais de uma centena de debates com escritores no Salão de Idéias, além de colher autógrafos de seus autores preferidos. Pelos cálculos de Weissermann, o visitante terá de andar 2,5 km para passar por todos os estandes, totalizando de 5 km, somando o caminho de ida e o de volta, ou 3,5 km voltando sem parar. Mas haverá áreas de descanso no meio do percurso e uma área de alimentação no final. Um estacionamento com capacidade para 7 mil vagas terá um trenzinho para transportar os visitantes até a entrada da feira, como na Feira de Frankfurt, a maior do mundo. A bienal brasileira está em terceiro lugar no ranking mundial. Outra inovação que aproxima o Brasil de Frankfurt é o fato de a bienal brasileira inaugurar nesta edição a comercialização de direitos autorais por meio dos agentes literários, ponto forte da feira alemã. O mercado editorial que ?há vários anos tem um faturamento anual de R$ 2 milhões?, segundo Weissermann, explicando que a contabilidade de 2001 ainda não está fechada, mas prevendo que a de 2002 deve ter melhor performance neste ano de bienal. Para isto, está sendo feito um investimento de R$ 14 milhões nesta feira que tem como principal patrocinador o Bradesco Seguros. Em 2000, na 16.ª edição do evento, foram vendidos 710 mil livros em 11 dias. Mas para provar que nem só de cifrões e números vive a Bienal, foram destinados dois espaços para as idéias, sob a coordenação dos jornalistas Claudinei Ferreira e Jorge Vasconcelos. No meio do Centro de Exposições haverá o Salão da Travessa Literária, com capacidade para 50 pessoas, que vai reunir jovens talentos, como o escritor e roteirista Marçal Aquino (?O Invasor?), os poetas Alberto Martins, Fernando Paixão, Heitor Ferraz, o autor de romances policiais Luiz Garcia-Roza, o titã Toni Beloto, entre outros. Há entre eles nomes mais consagrados como Ana Miranda e Marcelo Rubens Paiva. A proposta é que cada um deles se apresente ao público. Já pelo Salão de Idéias, localizado no final da feira, próximo à área de alimentação, passarão os escritores estrangeiros e consagrados falando sobre temas específicos ou sobre seus lançamentos. O filósofo francês pós-moderno Jean Baudrillard abre o salão, falando sobre A Troca Impossível, sua obra mais recente, assim como fará a iraniana Gina Nahai ao falar sobre O Luar na Avenida da Fé, entre outros convidados internacionais. Pesos pesados da literatura nacional vão estar reunidos em torno da mesma mesa como Zélia Gattai, Ferreira Gullar, Antônio Torres e Moacyr Scliar e haverá até embate de titãs: Lygia Fagundes Telles e Carlos Heitor Cony.

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