15 peças mostram a nova produção teatral

Com predominância da temática urbana, Mostra de Dramaturgia Contemporânea reúne quatro atores e 15 autores entre 30 de maio e 30 de junho, no Teatro Popular do Sesi

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Por Agencia Estado
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Vai ser uma maratona teatral. Quatro atores, Renato Borghi, Débora Duboc, Elcio Nogueira e Luah Guimarãez, vão encenar 15 peças na Mostra de Dramaturgia Contemporânea, que começa dia 30 e termina um mês depois, no Teatro Popular do Sesi, em São Paulo. Serão 15 textos de dramaturgos diferentes e apenas os quatro atores para interpretá-los. O objetivo da mostra é reunir a nova produção de dramaturgos brasileiros, alguns deles desconhecidos do grande público. Mas é impossível ignorar o trabalho que os atores estão prestes a fazer. Como cada peça tem 30 minutos, serão encenadas três por noite e, com isso, os atores vão viver, em média, três personagens. Borghi e Elcio atuam em 14 peças e Débora e Luah, em 12. O projeto foi idealizado por Renato Borghi que, a princípio, queria mostrar apenas cinco ou seis peças brasileiras inéditas. "Mas recebemos 25 textos e tivemos de selecionar 15 deles. Sabíamos que havia muita gente boa escrevendo, mas ficamos surpresos com a quantidade de novos nomes que viemos a conhecer mais tarde." Os dramaturgos selecionados foram Fernando Bonassi, Leonardo Alckmin, Sérgio Salvia Coelho, Mário Bortolotto, Pedro Vicente, Bosco Brasil, Alberto Guzik, Dionísio Neto, Otávio Frias Filho, Samir Yazbek, Newton Moreno, Aimar Labaki, Hugo Possolo, Marcelo Rubens Paiva e Marici Salomão, a única representante feminina. A atriz Luah Guimarãez explica que outras mulheres não foram chamadas para o projeto por falta de conhecimento dos atores. "A gente convidou a Marta Goés, mas ela estava com outros trabalhos e não pôde participar. Depois que já havíamos selecionado todos os textos, entramos em contato com o trabalho de outras mulheres talentosas que não conhecíamos". Não houve temas propostos para a confeção das peças, mas o ator Elcio Nogueira conta que os textos selecionados apresentaram um assunto em comum: a vida urbana. A semelhança não inviabilizou a diversidade. "Ao contrário, pudemos perceber como cada indivíduo estava sentindo o mundo, encarando a realidade atual no trabalho, nas relações amorosas e com sua família. Uns sentem tensão, outros angústia e alguns ficam superativos", diz Borghi. Uma amostra do rol de possibilidades sobre o mesmo tema são as peças Dentro, de Newton Moreno, e Os Marcianos, de Marcelo Rubens Paiva. Na primeira, o dramaturgo apresenta um poema dramático sobre o amor de dois homens. A atriz Débora Duboc resume a peça como um grito desesperado. Já Marcelo Paiva criou uma comédia-besteirol. "É um estilo desprezado e que sempre considerei muito importante. Foi o besteirol que formou grandes autores e atores como Miguel Falabella, Pedro Cardoso e Andréa Beltrão", diz o autor. A comédia trata sobre o ridículo das relações pessoais e se passa em Marte. Esta é a primeira edição da mostra, que esteve em exibição no interior de São Paulo por dois meses. Se os novos diretores conseguirem falar a linguagem do público, outras edições deverão surgir. Serviço: Teatro Popular do Sesi (Avenida Paulista, 1.313. Tel.: 3284-3639. De 30 de maio a 30 de junho, às 20h. Ingressos gratuitos devem ser retirados na bilheteria do teatro.

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