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Wes Anderson aborda paternidade em 'Viagem a Darjeeling'

Protagonistas são 3 irmãos que não se falam desde a morte do pai e que vão para a Índia à procura da mãe

Por Alysson Oliveira e da Reuters
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Em seu novo filme, Viagem a Darjeeling, que estréia no país na sexta-feira, 23, o diretor norte-americano Wes Anderson aborda um tema que lhe é caro: a figura paterna. Nesse quinto longa de sua carreira, os protagonistas são três irmãos que não se falam desde a morte do pai, há um ano, e vão para a Índia à procura da mãe. Veja também: Trailer de 'Viagem a Darjeeling'  Em seus trabalhos mais conhecidos, como Os Excêntricos Tenenbaums (2001), um pai que está com os dias contados tenta acertar as contas com os filhos. Em A Vida Marinha com Steve Zissou (2004), um rapaz encontra seu pai que nunca conheceu e tenta ficar amigo dele. Francis (Owen Wilson, de Penetras Bons de Bico) é o mais bem-sucedido financeiramente entre os irmãos, e o mais controlador também. A mulher de Peter (Adrien Brody, de O Pianista) está grávida e ele crê que não saberá lidar com a paternidade. Já Jack (Jason Schwartzman, de Maria Antonieta) brigou com a namorada mas não pára de gravar recados na caixa de recados do celular dela. O trio viaja num trem rumo a Darjeeling, na Índia, numa jornada que se torna mais inusitada a cada momento. Além dos choques com situações e personagens do país, emergem as diferenças do passado e presente entre os irmãos - o que, no universo de Anderson, é um passo para a reconciliação. Um incidente numa vila hindu envolvendo a salvação de alguns meninos num rio cria espaço para uma nova compreensão fraterna. Mas ainda falta uma coisa: encontrar a mãe - interpretada por Anjelica Huston (A Família Adams) - que há anos optou pelo isolamento num mosteiro. Toda essa trama serve como base para o diretor desfilar o seu estilo, que inclui câmara lenta, trilha sonora pop e uma direção de arte colorida. Aqui, além de bandas como The Kinks e Rolling Stones, ouve-se músicas de filmes do consagrado cineasta indiano Satyajit Ray (1921-1992), vencedor de um Oscar especial de carreira em 1992. A grande diferença em relação a outros trabalhos de Anderson é que aqui o cineasta estoura a bolha que prendia seus personagens num mundo extremamente estilizado, dando-lhes a chance de viver num mundo real. Precedendo as sessões de Viagem a Darjeeling, será apresentado o curta Hotel Chevalier, também assinado por Anderson, trazendo no elenco o mesmo Jason Schwartzman ao lado de Natalie Portman. A história gira em torno do fim do romance de um casal e dialoga com o enredo de Viagem a Darjeeling.

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