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Wener Herzog apresenta sua ficção futurista

The Wild Blue Yonder une documentário e ficção, nova tendência do cinema, e foi apresentado na mostra Horizontes

Por Agencia Estado
Atualização:

O futuro da Terra é tornar-se um grande parque onde se passam as férias depois de dias de trabalho em asteróides ou planetas distantes? Esse é o desafio da proposta do cineasta alemão Werner Herzog no filme The Wild Blue Yonder que une documentário e ficção, nova tendência do cinema, apresentado na mostra paralela fora de concurso Horizontes, no Festival de Veneza. Um extraterrestre, natural de um planeta submerso na água, conta a derrota de seu povo quando vieram à Terra há muitos anos na tentativa de conviver com os seres humanos. Nesse meio-tempo, um grupo de cientistas que havia partido há 15 anos para uma missão, retorna em um túnel do tempo e aterrissa na Terra 820 anos depois. Depara-se com um planeta totalmente deserto, de volta ao seu estado de vegetação natural, lugar a ser protegido como patrimônio da humanidade. Werner Herzog completou 63 anos, mas não vai comemorar no festival de Veneza. O diretor alemão está na Tailândia rodando um filme sobre a guerra do Vietnã. Através dos seus produtores enviou uma mensagem em que diz "não acredito no cinema realista, mas sim na realidade estética. A imagem propriamente física projetada na tela não muda, somos nós, como público, que devemos mudar em relação à sua imagem, luz e música. O cinema é como uma mensagem subliminar." O diretor de Fitzcarraldo e Aguirre, a Cólera dos Deuses mescla imagens do repertório da NASA, tomadas sob as águas das calotas árticas e, por fim, imagens de ficção feitas com o ator Brad Dourif no papel do triste e desiludido extraterrestre. "Herzog teve a possibilidade de ver em ação a passagem da sonda Galileu", conta o produtor André Singer, "encontrou-se com astronautas e conseguiu imagens extraordinárias inéditas. O cineasta ficou comovido com o espírito do grupo que decidiu adicionar àquelas imagens músicas nunca ouvidas anteriormente. Assim, criou uma trilha sonora muito sólida, alternando canções da Sardenha, do Senegal e de um violinista holandês." O filme, também criado pelo italiano Dario de Luca, está no momento sem distribuição, apesar de seus produtores assegurarem que estão trabalhando pelo lançamento nos cinemas e por divulgação na televisão.

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